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PELO MUNDO...
□5 amates de Beethouen
* o
Não houve ninguém mais infeliz em amor
do que Beethoven. Sabe-se de quantas mu
lheres o musico genial implorou o affecto,
sem nunca ser correspondido: — de Julieta
Guicciardl a Thereza Maffatti, de Amalla de
Sébald á condessa de Brunswick, a «immortal
amada», á qual Beethoven dirigiu uma das
mais agmira-
vtls cartas de . r+Q-
amor qüe se
têm escripto.
Por uma iro
nia que pa
rece q u a s i
cruel, estas
mulheres, a
quem o gran
de artista em
vão dedicou
o mais arden
te amor, fo
ram por elle
i m m ortallza-
das na sua
arte, e os se
us nomes des
afiam os sé
culos como as
obras que lhes
são dedica
das...
Talvez mais
do que todas,
amou Beetho-
v.n Jul-eta
G u i c c i ardi,
uma delicio
sa rapanguita
italiana de ca
bellos de éba-
bano e gran-
d s olhos azu-
es, de porte
ans o ratico e
com uma ex
pressão de ad
mirável pure
za. 'No origi
nal milagre da
sua belleza,
profunda e
sugges tlva,
Juida surgiu
para Beetho
ven como a eleita, a consoladora de todas
as suas penas passadas e futuras. Elevou-á
o artista ao vértice do seu amor, no triste
periodo em que se convenceu de que ia ficar
surdo. A tristeza dessa terrível enfermidade,
perante a qual parece insignificante a cegueira
de Homero e de Milton, ficou suffocada no co
ração do mestre, no amor desesperado por Ju
lieta Guicciardl. Mas uma breve illusão, pois
também este affecto se tornou num trágico amor
prohibido. Para aquella mulher fôra escri
pia a «Sonata ao luar», repassada dumã onda
de paixão fremente, que ella não soube com-
prehender. O nome de Julieta Guicciardl fi
cou sendo uma ferida aberta, entre tantas,
naquelle coração de creança, encerrado num
esqueleto de leão.
Outra nostalgia profunda acompanhou o ma
estro até á ¡morte: Ver a Italia, aspiração que
Beethoven não pôde realizar e que tão arden
temente anhe-
—- -O- O»
lava.
Ina Claire, actriz americana, exhibindo uma blusa de sua creação.
♦O O == 0^
OS ANIMAES QUE
NÃO BEBEM
Ha, no mun
do, A u 11 a s
classes de ani-
maes que, du
rante a vida
inteira, não
bebem nem
uma gota
d’agua. D’cste
numero são os
lamas da Pa
tagônia e cer
tas gazellas
do _ Extremo
Oriente. Um
papagaio vi
veu cmcoenta
e dois annos
no jardim
zoologico de
Londres, sem
nunca beber
agua, e al
guns natura
listas c r ê e m
que os coe
lhos não ab
sorvem ou ro
liquido senão
a humidade,
ou o orvalho,
de que a her-
va ás vezes
está carrega
da. Um bom
numero de re
ptis, de ser
pentes, de la
gartos, e cer
tos batrachios
vivem e pros-
peram em logares mteiramente privados d'a-
gua. Assignala-se, também, uma especie de
rato, que vive nas planicies añdas da Ame
rica Occidental, não obstante a ausencia cu,
toda a humidade. Em França meslmb, no
Lozére, ha rebanhos de vaccas e de ovelhas,
que quasi nunca bebem agua, e que nem por
isso deixam de produzir (abundante e bom leite,
com o qual se faz o famoso queijo -de ro-
quefort.
A famosa agulhá de Cleópatra pesa 186 toneladas.