Full text: 4.1925=Nr. 3 (1925000403)

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PELO MUNDO... 
□5 amates de Beethouen 
* o 
Não houve ninguém mais infeliz em amor 
do que Beethoven. Sabe-se de quantas mu 
lheres o musico genial implorou o affecto, 
sem nunca ser correspondido: — de Julieta 
Guicciardl a Thereza Maffatti, de Amalla de 
Sébald á condessa de Brunswick, a «immortal 
amada», á qual Beethoven dirigiu uma das 
mais agmira- 
vtls cartas de . r+Q- 
amor qüe se 
têm escripto. 
Por uma iro 
nia que pa 
rece q u a s i 
cruel, estas 
mulheres, a 
quem o gran 
de artista em 
vão dedicou 
o mais arden 
te amor, fo 
ram por elle 
i m m ortallza- 
das na sua 
arte, e os se 
us nomes des 
afiam os sé 
culos como as 
obras que lhes 
são dedica 
das... 
Talvez mais 
do que todas, 
amou Beetho- 
v.n Jul-eta 
G u i c c i ardi, 
uma delicio 
sa rapanguita 
italiana de ca 
bellos de éba- 
bano e gran- 
d s olhos azu- 
es, de porte 
ans o ratico e 
com uma ex 
pressão de ad 
mirável pure 
za. 'No origi 
nal milagre da 
sua belleza, 
profunda e 
sugges tlva, 
Juida surgiu 
para Beetho 
ven como a eleita, a consoladora de todas 
as suas penas passadas e futuras. Elevou-á 
o artista ao vértice do seu amor, no triste 
periodo em que se convenceu de que ia ficar 
surdo. A tristeza dessa terrível enfermidade, 
perante a qual parece insignificante a cegueira 
de Homero e de Milton, ficou suffocada no co 
ração do mestre, no amor desesperado por Ju 
lieta Guicciardl. Mas uma breve illusão, pois 
também este affecto se tornou num trágico amor 
prohibido. Para aquella mulher fôra escri 
pia a «Sonata ao luar», repassada dumã onda 
de paixão fremente, que ella não soube com- 
prehender. O nome de Julieta Guicciardl fi 
cou sendo uma ferida aberta, entre tantas, 
naquelle coração de creança, encerrado num 
esqueleto de leão. 
Outra nostalgia profunda acompanhou o ma 
estro até á ¡morte: Ver a Italia, aspiração que 
Beethoven não pôde realizar e que tão arden 
temente anhe- 
—- -O- O» 
lava. 
Ina Claire, actriz americana, exhibindo uma blusa de sua creação. 
♦O O == 0^ 
OS ANIMAES QUE 
NÃO BEBEM 
Ha, no mun 
do, A u 11 a s 
classes de ani- 
maes que, du 
rante a vida 
inteira, não 
bebem nem 
uma gota 
d’agua. D’cste 
numero são os 
lamas da Pa 
tagônia e cer 
tas gazellas 
do _ Extremo 
Oriente. Um 
papagaio vi 
veu cmcoenta 
e dois annos 
no jardim 
zoologico de 
Londres, sem 
nunca beber 
agua, e al 
guns natura 
listas c r ê e m 
que os coe 
lhos não ab 
sorvem ou ro 
liquido senão 
a humidade, 
ou o orvalho, 
de que a her- 
va ás vezes 
está carrega 
da. Um bom 
numero de re 
ptis, de ser 
pentes, de la 
gartos, e cer 
tos batrachios 
vivem e pros- 
peram em logares mteiramente privados d'a- 
gua. Assignala-se, também, uma especie de 
rato, que vive nas planicies añdas da Ame 
rica Occidental, não obstante a ausencia cu, 
toda a humidade. Em França meslmb, no 
Lozére, ha rebanhos de vaccas e de ovelhas, 
que quasi nunca bebem agua, e que nem por 
isso deixam de produzir (abundante e bom leite, 
com o qual se faz o famoso queijo -de ro- 
quefort. 
A famosa agulhá de Cleópatra pesa 186 toneladas.
	        
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