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vidade, com a tolerancia que se estabelecesse no organismo
entáo vaccinado e mais rijo para supportar as inclemencias
atmosphericas, se ó que náo se extinguiráo de repente.
Em resumo, minha opiniáo é que se a molestia que ata-
cou a nossa gente 'ó a influenza, está ella modificada pelo
clima de Dakar. «Continuo, porém, a erer que melhormente o
diagnostico clinico será o de Dengue”. -
A 28 de Setembro, o estado sanitario a bordo da divisáo
naval no porto de Dakar continuava a ser bom.
As mesmas unidades já se teriam mesmo movido, com as
guarnicóes restabelecidas para proseguir na missáo que lhes
foi confiada de patrulhar os mares do Atlantico.
A influenza, o terrivel flagello que, alliada da guerra,
tambem fazia victimas por toda a parte, attingiu a cerca de
1,832 marinheiros nossos. E, nos areiaes da Africa, cento e
dois brasileiros ficaram para sempre.
Um reporter da “A Tarde”, da Bahia, colheu a bordo do
“Samara”, navio que em 25 de Outubro se achava no porto
da Bahia e no qual regressavam convalescentes ao Rio, a se-
guinte narracáo feita por um erupo de marinheiros nacionaes:
A NARRATIVA DOS MARUJOS
Quando chegamos á bordo do “Samara”, hontem, á tarde,
sob a coberta da popa, um grupo de marinheiros brasileiros
taria uma ligeira refeicáo.
— Vou chamar o sub-official, disse-nos um delles.
E voltou com elle o sub- El Arthur Vietalino de
Barros.
O mesmo marujo que o foi chamar acerescentou:
— E” quem toma conta de nós.
Depois, num grupo que se formou em torno de nós fo-
mos ouvindo a narrativa dos dias infelizes em Dakar:
— Foi uma calamidade.
Dos 1.832 tripulantes da divisio, sómente 8 náo tiveram
influenza, estando neste ultimo numero o nosso chefe, o al-
—mirante Frontin. :
Até o dia 15, tinham sido sepultados em Dakar 102 offi-
claes e marinheiros brasileiros. .