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do dr. Morize, e náo haverá scientista ou pseudo-scien-
tista algum que seja capaz, com qualquer sciéncia ou
meia-sciencia, de demonstrar o contrário. Relatividade
náo significa arbitrio, nem capricho, nem a desorga-
nizacáo da astronomia usual, afim de a subordinar ás
vontades duma egrejinha qualquer. O desenho cen-
tral e accessorio do nosso pavilháo, tal como o ideou
o Apostolado Positivista ou, melhor, o sr. Teixeira
Mendes, e como foi por elle proposto, em mensagem,
a Berjamim Constant, adversario náo orthodoxo da
vespera, náo obedece ás regras de nenhum systema de
projeccáo conhecido. Porque esses systemas obser-
vam, justamente, o principio da relatividade e, para at-
tender a extranhas affectividades, náo alteram, a bel-
prazer, distáncias e tamanhos de estréllas, que devem
conservar, na representacíio, o aspecto epparente e
relativo com que as vemos, por effeito do movimento
de rotacáo terrestre. Naturalmente, um retrato náo é
úma pessoa, nem uma paisagem é uma planta geogra-
phica ou topographica. Porém, assim como uma pes-
soa náo deve ser representada sem olhos, sem nariz,
sem boca ou sem orelhas, desde que possua tudo isso,
nem com tudo isso differente de que possue; e assim
como, na paisagem, as ondulacóes e particularidades
do terreno náo se devem reproduzir desproporciona-
damente ou fóra de logar, — tambem, numa represen-
tacáo de céo, náo se comprehende, fóra da mania po-
sitivista, em relacáo ás estréllas, o deslocamento de
muitas, o augmento e diminuigáo de tamanho de ou-
o e ida