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PELO MUNDO...
CASA DAS “JARDIES”
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INQUÉRITO SOBRE WAGNER
Pela leitura de um annuncio que se prestava a
confusões, por um instante se julgou que a famosa casa
das Jardies onde viveu o grande romancista Balzac e
na qual Gambetta, o grande patriota, exhalou o ultimo
suspiro, ia ser posta á venda. Não foi exacto. Feliz
mente, porque ¡inmensas recordações estão ligadas a
esse pedaço de terra desde que Balzac teve a ideia
de adquirir esse encantador terreno, situado na proxi
midade dos verdejantes bosques de Ville d’Avray. O
grande romancista, pensando fazer edificar alli um sum
ptuoso palacio, cheio de maravilhas artísticas, quiz ser
o seu proprio architecto. Apenas omittiu a escada nos
seus planos, o que, de
resto, não deteve as
obras.
Os pedreiros disse-
ram-lhe, assim que ter
minaram a sua tarefa:
— Sr. Balzac, a casa
está prompta. Quando
deseja que façamos a
escada ?
Balzac não se im
pressionou com tão
pouca coisa. Respon
deu tranquillamente:
— Fal - a - hemos da
parte de fóra.
Assim se fez. A esca
da foi construida con
tra a fachada exterior,
á maneira das antigas
habitações da Hol-
landa.
A cêrca, da altura
de dois metros, que
rodeava a propriedade,
foi um constante mo
tivo de aborrecimentos
para o auctor de A Co
media Humana. Em
consequência da extra
vagante disposição to-
pographica do terreno,
produziram-se fre
quentes desmorona
mentos, e Balzac fica
va furioso quando lhe
diziam que os muros
tinham cahido no ter
reno do visinho.
O proprietário das
Jardies também tinha
macadamisado as ave
nidas do seu jardim.
Estava muito contente
com essa idéa, que
achava engenhosa.
— Ao menos, dizia,
não se sujam os pés
quando chove.
Tinha collocado,
aqui e alli, arbustos
que permaneceram
franzinos e rachiticos.
Pelos dias de calor in
tenso, morria-se assa
do naquelle Sahara,
onde se ignorava a
frescura da sombra das arvores. Por isso, o jardineiro
do poderoso escriptor gracejava :
— Certamente o Sr. de Balzac muito deve ao sol!
Tinha bem razão, o pobre homem ! Oxalá que esse
pequeno solar seja religiosamente conservado em me
moria dos grandes hospedes que alli viveram !
Qual é a obra de Wagner pela qual vos sentis mais
attrahido ?
Foi esta a pergunta que um musico escriptor, Hugo
Tomicich, dirigiu a diversas personalidades musicaes.
Foram publicados em volume, em Bayreuth, os resul
tados do seu inquérito.
Humperdinck mandou esta resposta: "Sempre por
aquella que vejo representar.” Charpentier prefere, por
sua parte : “Como homem de theatro, Parsifal; como
philosopho, a Tetralogía; como poeta, Tristão, e como
musico, os Mestres Cantores."
Algumas respostas são imprevistas. Hans Liebstaecl,
de Vienna, sente pelos
Mestres Cantores e
pela Walkyria "uma
sympathia involunta
ria”. Parsifal, feliz
mente, fornece-lhe a
possibilidade de uma
“intima inimizade”
contra Wagner.
H. Platzbecher, de
Dresden, depois de
uma representação de
Siegfried ou dos Mes
tres Cantores não dei
xa de derramar “co
piosas libações aos
monges de S. Ricar
do.” Prosit.
.
As linhas graciosas e castas desta exquisita figura de mulher estão
perto do espirito de Rodin. A muito conhecida dançarina
Servia Desha — que é, ella própria, esculptora — foi esco
lhida pelo artista como representando as formas femi
ninas no seu mais perfeito desenvolvimento.
MA Arabia cria-se
uma planta que
recebe o nome de
planta do riso, pelo
effeito que produz
quando se come. Os
indígenas daquella re
gião põem as folhas a
seccar, e moem-nas.
Uma pequena dose do
pó desta planta faz
com que a pessoa mais
séria do mundo se ria
com a excitação de um
louco, durante mais de
uma hora. Decorrido
esse espaço da tempo,
sobrevém um somno
muito pesado, que du
ra bastantes horas, ao
fim das quaes não fica
ao paciente a minima
recordação daquillo
que lhe succedeu.
A mais esplendida
obra architectonica,
que se conhece, é o
Taj-Mahal em Agra
(Hindostão).
E' de fórma octogo
nal, toda de mármore
branco, com incrusta
ções de toda. a classe
de mármores precio
sos. Nessa obra traba
lharam mais de 22 mil
embora o trabalho fosse
operarios, durante 20 annos,
gratuito, nella se dispenderam mais de 60 mil contos
de reis.
Quando ouvirem um homem gabar-se de comprehen-
der as mulheres, podem, com toda a segurança, affir-
mar que elle nunca foi casado.
Na Suissa, as mulheres e os homens encarregados
de ordenhar as vaccas, recebem mais jornal quando
teem boa voz, pois descobriu-se que as vaccas dão
mais um quinto de leite, quando ouvem, emquanto as
ordenham, alguma melodia agradavel.