Full text: 1.1922=Nr. 1 (1922000101)

— 88 — 
PELO MUNDO... 
M- 
UMA FABULA DO ORIENTE #| 
EXPLICAÇÃO RACIONAL *= 
Estava um certo sultão, uma boa manhã, dando 
audiencia, quando o grão-vizir entrou e, avan 
çando até ao primeiro degrau do throno, ahi se 
prostrou de joelhos. 
“Levante-se, vizir, = disse o sultão, bondosa 
mente, — diga-me porque vem tão pallido ? e por 
que treme assim ? ” 
“Ah ! Senhor I respondeu o vizir,——ali, n’aquelle 
canto, por de- ,, ,, 
traz do tran- -? 4. ^ 
sparente de 
marfim, está 
de pé o Anjo 
da Morte. Ha 
muito tempo 
que ali está, 
sem despre 
gar de cima 
de mim o seu 
olhar terrível. 
O vizir es 
tendeu os bra 
ços, contor 
cendo as 
mãos. 
“Senhor, eu 
não desejo 
morrer, — 
disse elle : — 
Senhor, conce 
de permissão 
ao teu escravo 
para que se 
recolha a 
Smyrna. Ali, 
pôde bem ser, 
que eu escape 
aos olhares 
d’aquelle te 
meroso visi 
tante. 
O sultão 
comum gesto, 
concedeu ao 
vizir o seu de 
sejo, e o po 
bre hom em 
sahiu com a 
maior pressa 
afim de fazer 
os seus prepa 
rativos devia- 
gem. Depois 
o sultão cha 
mou o Anjo 
á sua presen 
ça e pergun- 
tou-lhe : 
“E’s tu, em verdade, o Anjo da Morte? 
f ‘Sou, — respondeu o outro indiferentemente. 
O sultão meneou a cabeça. E depois disse com 
gravidade : 
“Para que estavas olhando com tão extranha 
persistencia para o meu vizir ? 
“Porque estava admirado,— respondeu o Anjo, 
^de o encontrar aqui, e do que elle se estava 
demorando, porque recebi ordem para o matar em 
Smyrna. 
—Porque se diz “um forte” e “uma forta 
leza”? Que differença existe entre uma cousa e 
outra ? 
—Que differença ? E’ que a fortaleza é femi 
nina, e mais difficil de reduzir ao silencio. 
Será verdade ? 
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=3 Casos semelhantes... g 
A veranista (viuvinha, disposta a dar cabo de mais um desgraçado que lhe caia nas 
garras)—O Senhor tem uns filhos encantadores. ■ ■ 
O fazendeiro rico (meio desconfiado)—Sim... a nossa Maria, cozinheira, costuma 
dizer o mesmo das gallinhas, quando as quer matar. ■■ 
Um jornal francez dava, ha tempos, uma noticia, 
que nos deixou perplexos. A noticia era intitu 
lada : Nada é novo debaixo do sol, e dizia : 
“Muita gente tem julgado, até agora, que 
as exposições eram uma invenção recente. 
Pois não é exacto. 
“Em 1214, houve em Paris uma expo 
sição internacio- 
nal de vinhos. 
A Grecia, a Hes- 
panha, Portugal, 
França e Italia, 
enviaram amos 
tras dos seus 
melhores vi 
nhos, e estes fo 
ram provados, 
durante dois me- 
zes, por um jury, 
do qual o rei 
Filippe Augusto 
era presidente. 
“Foi declara 
do superior a 
todos o vinho de 
Chypre, o 
qual recebeu 
o cognome de 
papa dos vi 
nhos. O Ma 
laga recebeu 
o cognome de 
cardeal. 
“O rel-pre- 
sidente desi 
gnou, depois, 
entre esses 
vinhos, tres 
reis, cinco 
condes e doze 
pares. 
“Esta expo 
sição foi muito 
afamada e 
muito concor 
rida.” 
Isto cheira 
a blague. 
Ú M 
A côr das 
garrafas in- 
flue muito na conservação do liquido que con- 
teem. Verificou-se que muitos licores, conser 
vados em garrafas brancas, adquirem em pouco 
tempo mau gosto e perdem em qualidade, em- 
tanto que os licores conservados em garrafas 
verdes ou pretas permanecem incólumes, mesmo 
quando estão expostas á luz do sol. Devem empre 
gar-se, portanto, garrafas de côr encarnada, ala 
ranjada, amarella, verde ou preta, e evitar as 
de côr branca, azul e rôxa. 
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