PELO MUNDO...
^-XXXXXX>SeííX*íXXXXXXXXXXXX)¡eííXXXXXX
J|x O NAMORO *]í|
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx '» xxxxxxxx'x
Ha quem chame namoro a isto.,. Na verdade,
E ser impertinente !
Um namoro entre nós, na nossa edade, •—
Nos, que fugimos da vulgaridade
Vertiginosamente!
XXX
Um namoro — que horror!
Bem sei que me perturba o ver-te junto a mim...
Mas o tea hálito é perturbador
E, emfim,
Ta és mulher, eu sou um peccador...
Nem isto é amor,
Nem um namoro principia assim.
* X *
E' certo que ao beijar a tua mão,
Ao beijal-a num mixto
De sensualidade e de veneração,
Esfrio, tremo e nem sei já se existo...
Mas um namoro é isto ?
Seguramente, não.
m x x
E se o beijo, subindo, attinge o braço,
Como uma abelha d’oiro, impaciente, —
Do braço á mão ha tão pequeno espaço
Que mais um passo
E’ innocente!
X- * X
Mas, pelo amor de Deus, — d’ahi a namorar!
Bem sei também que quando estamos sós,
Ha não sei quê que nos desvia o olhar
E nos perturba a voz...
E é singular:
As vezes, toda a gente a reparar —
Menos nós t
Elle é certo que um dia (ainda córo
Da minha confusão!)
Picou-me os nervos a serpente d'oiro
Da tentação...
Enlacei-te a cintura e... — mas, perdão,
Guardei todo o decoro
Da nossa situação.
Se alguma cousa foi, não foi namoro: —
Foi, quando muito, má educação.
XXX
Mas ainda mesmo (eu sei!)
Que eu possa ter ainda aquillo que sonhei,
Ainda que tu me dês num beijo o paraíso,
Que eu durma no teu seio e beba o teu sorriso,
Que o teu amor me vista a purpura de rei,
Juro, se fôr preciso,
Que não te namorei!
JULIO DANTAS.