Full text: 1.1922=Nr. 3 (1922000103)

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Pelo mundo*.. 
=0 CURIOSIDADES CELESTES e= 
i i 
O mysferio da lúa 
Não ha duvida de que a infi 
nita variedade de seres augmenta 
a belleza da Creaçâo, e de cada 
vez que é dada á intelligencia 
humana a percepção de urna nova 
faceta dessa joia, a formosura da 
obra de Deus adquire, a nossos 
olhos, cambiantes que induzem 
a amar com maior fervor o crea 
dor de tanta beileza. 
Não acreditamos, por isso, que 
andem muito acertados os que 
procuram semelhança de condi 
ções nos astros para suggerirem 
a probabilidade de que são po 
voados. Afinal, por que será que 
se torna preciso serem parecidos 
comnosco os nossos visinhos do 
eco ? 
Admittido, mesmo, qualquer in 
dicio, é, entretanto, arriscada 
qualquer opinião sobre coisa tão 
difticil. 
Veja-se o que acontece com a 
Lúa, por exemplo. 
Quasi passa por axiomática a 
falta de condições que, para sua 
habitabilidade, tem o nosso satél- 
lite, derivadas da supposta caren 
cia de atmosphera, e, entretanto, parece que essa coisa 
não tem grandes \isos de verdade, pois não está muito 
de accordo com certos factos inexplicáveis, mas incon 
testáveis. 
Na linha de separação, entre a luz e a sombra, que a 
distin ta posição do astro faz passear pelo disco, veem- 
se com frequencia illuminados os vértices das monta 
nhas lunares, quando a base se acha já submersa na 
sombra. 
Pois bem ! Se não houvesse atmosphera na Lua, esses 
vértices afundar-se-iam reoentinamt nte na invisibilidade, 
assim que deixassem de receber a luz do sol. No emtanto, 
não é isso o que nós notamos- O que se nota é ir per 
dendo paulatinamente o brilho a cúspide montanhosa 
como se fossem mais debeis os últimos gazes luminosos 
que lá chegam, debilítanos por maior extensão de atmos 
phera atravessada ao roçar com o solo em extensões 
maiores, consequentes ao gyro incessante do satellite- 
A luz cinzenta que pelo reflexo da Terra nos permitte 
vêr por completo a Lua, nos primeiros dias do cresiente, 
quando a magia da luz solar apenas fez visivel com bri 
lhantismo um delgado fuso de seu disco, não apparece 
toda duma vez, mas gradualmente, a ampliar-se como 
débil crepúsculo que a sua atmosphera modificasse. 
E’ nada menos que o famoso astrónomo Ayri, director 
por muitos annos do mais importante observatorio de 
m 
H 
a 
A melhor photographia obtida do crescente lunar, devida a Lcevy e Puisex. 
Inglaterra, quem affirma que o estudo de duzentas e no 
venta e cinco occultações de estrellas, pela Lua, o levam 
a suspeitar um achatamento apparente do seu diâmetro, 
que pode ser produzido pela atmosphera do satel ite, o 
qual simularia por encurvamento dos raios luminosos um 
atrazo na immersão e um avanço no resurgimento uo 
astro occulto pela Lua. 
Mas ha mais. Em uma occultação do planeta Júpiter 
por traz da Lua, parece que se observou uma parte mais 
obscurecida do que o resto a projectar-se sobre o disco, 
como somnra de atmosphera, no momento da desappari- 
ção do maior dos planetas. 
Isto no que se refere á existencia da atmosphera, que, 
admittinuo-se que exista lá e em condições analogas ás 
da terrestre, deveria ter uma elevação seis vt-zes maior, 
porque a attracçâo sobre o nosso satellite, ou força com 
que este retém os objectos situados em sua superficie, é 
seis vezes menor que a Terra. 
A quietude e cessação de todo movimento no astro visi- 
nho, já qualificado de corpo celeste morto, também, pare 
cem postas em interdicto, por alguns factos observados. 
Sirva de exemplo o succedido com a planicie denomi 
nada Mar do Néctar, muitas vezes descripta por Mcedler 
Sorhmann e Schmit em diversos annos e épocas. Falta 
nessas descripções uma cratera ou montanha circular, que 
agora se distingue sem duvida de especie alguma. Não é 
menos curioso o succedido 
num logar perto da cratera, 
chamado Higinio, oe queFlam- 
marion possúe varios clichés 
n’alguns dos quaes apparece, 
ao noroeste e perto daquella 
montanha, outra menor que 
não se vê noutros extmplans. 
Não parece mais racional 
admittir que essa cratera, vi 
sivel só algumas vezes, ficará 
occulta por suas emanações 
vaporosas, que suppôr uis- 
traidos, ou inhab*is, tantos e 
tão conscienciosos observado 
res que não deram por isso ? 
Nada, porém, tão digno de 
nota como o occorrido com a 
dupla cratera, chamada Mes- 
sier, pelos astrónomos alle- 
mães, em memoria ao francez 
desse nome. Existem, dessa 
dupli cratera, muitas des 
cripções accordes, que não as 
mostram absolutamente eguaes 
ou em tudo semelhantes. A 
situada á esquerda, no espaço 
attingido, pelo oculo, é alon 
gada de Éste a Oeste, ao passo 
que a da direita é, na appa- 
rencia, perfeitamente arredon 
dada. E nada tão mysterioso 
Os anneis do grande planeta Saturno.
	        
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