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A
PELO MUNDO...
Cada dia que passa, torna-se mais
difficil a vida e deixam-se sentir com
mais força as consequências
da guerra em quasi todas as
espheras da actívidade, ex-
ceptuando-se algumas,
intimamente ligadas
com o caracter vien
nense,que, por acaso,
florescem com notá
vel esplendor; taes
a arte e o bom gos-
t o. Occupou
sempre o thea-
tro importante
posto na vida
de Vienna ; a
musica, o can
to e a arte dra
mática sempre
foram cultiva
dos com gran
de amor e ex
trema solicitu
de. A musica
alegre, ligeira,
é peculiar do
seu genio ; a
opereta é fru-
cto proprio da
sua cultura; e,
por isso, póde
se Vienna cha
mar justamen
te a córte dos
reis da musica
alegre, quaes
Franz Lehar, Oscar
Strauss e tantos ou
tros, cujas ooras são
populares por todo
o mundo. Tem a ope
reta viennense um cunho
es p e ci al,
\
'
•ispi
■
Betty Fischer,
imperatriz formosa
\
até es-
desen-
I
V
inconfundí
vel, que se
não encon
tra em ne
nhuma ou
tra obra si
milar ; tem
ryt h m o
proprio,
baile cara
cterístico e
tructüra e
volvimento sui ge-
neris, numa pa
lavra.
O motivo musi
cal da opereta é
sempre amoroso,
inebriante, gracio
so, e facilmente se
apodera do publi
co, proporcionando grandes êxitos
aos interpretes. Assistimos á estréa
de uma opereta de Franz Lehar, o autor
da "Viuva Alegre” que, com tão brilhante
éxito deu a volta ao mundo ha alguns
annos atraz. A nova creaçâo do reputado
maestro esfá fadada a seguir o mesmo caminho tri-
umphal; tem por titulo "A Rainha do Tango” e
embriaga e encanta os sentidos a sua musica fasci
nadora! Verdade seja que os artistas sabem inter
pretar com extraordinaria habilidade o temperamento
è alma destas obras. Duas cantoras ha, sobretudo,
que, tanto pela sua arte como pela sua graça e bel-
O excellente,
comico
leza, conquistaram o publico ; pos
suem ambas o chic viennense, tão
admirado em toda parte, e
uma voz timbrada e melo
diosa, que tão depressa sabe
fazer rir como chorar.
As photographias que
publicamos apenas dão
uma esfumada idéa
do que São Betty
Fischer e Ida Rus-
\ ska. Ao lado da
cantora princi
pal desta ope
reta, destaca-
se sempre a
criada viennen
se, a criadita
impetuosa, vi
va, alegre, cu
jo papel move
a obra toda.
A graça, a
voz melodiosa
e o enthusias-
mo ardente pe
lo baile, são as
c aracteristicas
da criadita
viennense, cu
jas mais genuí
nas e seducto
ras represen
tantes são, sem
duvida, Luisa
K a r t o usch e
Olga Barios.
Inspiram-se sempre
os artistas extran-
geiros, como é na
tural, na fórma de
interpretar que dão os
artistas viennenses a
suas obras.
e elegante da
opereta viennense
'jei.SSsl.
J ulgamos
de interesse
dara co
nhecer os
prototypos
das opere
tas v i e n -
nenses.
A primeira
cantora de
ve ser de
temperamento e-
nergico, vibrante
e melancholico; se
o papel assim o
exige, baila a val
sa principal, ge
ralmente com ar
animado. No thea-
tro de Vienna, de
vem saber bailar
as artistas ; não basta a voz mais
formosa para triumphar nos pri
meiros papeis das operetas de Vien
na. E' mister harmonizar o canto com a
dansa. Um dos melhores cantores-bailari
nos viennenses é Robert Naestelberger, o
qual á flexibilidade do corpo sabe accrescentar uma
qualidade rara: a do homem elegante moderno. Hu-
bert Marischka, perfeito artista, reune também as
duas qualidades exigidas: canta e baila ás mil ma
ravilhas.
O segundo par de artistas, importante em toda a
opereta, são a criadita e o farrista ; ha em Vienna,
\
Ernst
Tautenhayn