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PELO MONDO..
O templo “djainn” de Calcuttá
Embora os caracteres geraes de
ornamentação se encontrem na ar-
chitectura de todos os monumentos
hindús, ainda assim existe uma se
rie de estylos que constituem pe
riodos artísticos determinados. Os
mais famosos constructores, os mais
fecundos também, dum desses pe
riodos, são os «djainns». A idéa ge
radora de todos os seus templos é
a construcçâo de vastas salas deli
mitadas por fileiras de columnas
A grande figueira-banian de Calcuttá
se
Esta arvore, com suas ramificações, cobrem mais dum
hectare; sem cessar, novos rebentos deitam raizes, fa
zendo-a assim ganhar mais terreno.
esculpidas. Minaretes, domos, fle-
xas, espiraes, surgem de todos os
lados; todas as côres se misturam
numa confusa e brilhante magnifi
cencia para tornal-os mais pittores-
cos e mais sumptuosos.
Embora sabido da mesma mão
que os templos de Radjputana, o
de Calcuttá é inteiramente difieren*
te. Situado no jardim de Badri
Das, a construcçâo principal é de
mármore branco, e as exquesitas
decorações, tanto exteriores como
interiores, foram cuidadosamente
conservadas. Os «djainns» erguiam
seus templos por grupos. O amor
o
do pittoresco os levava a collocal-
os em sitios inteiramente differentes
uns dos outros; os templos de Radj-
putana se encontram sobre uma alta
collina; outros se occultam em val
les profundos e retirados; o de Cal
cuttá eleva-se num parque á in-
gleza.
As aguas sagradas do Ganges
A lenda diz que o Ganges jorrou
da cabeça de Shiva; elle desce mais
prosaicamente do Himalaya, a man
são leudaría do deus; e a cidade
de Benarés, cujo circuito elle atra
vessa, consagra a Shiva um culto
particularmente ardente. Eis por
que os devotos não conhecem pra
tica religiosa mais edificante do que
visitar Benarés e banhar-se no rio
sagrado.
As aguas do Ganges apresentam
uma côr esverdeada, bastante tur
vada pelo barro que carregam das
alturas do Himalaya; a esse barro
ajunta-se ainda o pesado tributo das
offereridas que os devotos, em Be
narés, lançam ao rio, sob a fórma
de flores e de cinzas humanas, sem
falar dos cadáveres de ascetas du
ma extraordinaria santidade.
Comtudo, essa agua é dotada de
virtudes maravilhosas; é capaz, ao
mesmo tempo, de curar as moles
tias do corpo e de purificar a al
ma dos peccados.
Homens, mulheres, creanças, em
promiscuidade, lançam-se no pro-
prio rio, ou nas piscinas da cidade,
alimentadas pelas suas aguas.
A grande figueira-banian'de Calcuttá
A grande figueira-banian do Jar
dim Botânico de Calcuttá é uma ar
vore famosa; com um único e mes
mo tronco, cobre mais de 10.000
metros. Este vegetal é objecto de
attenções meticulosas; todos os ra
mos novos e tenros, que se incli
nam como estalactites dos ramos
principaes, são mettidos num bam
bú que os protege dos choques e
do ar.
Até o presente, raramente se teve
occasiâo de verificar o máximo de
extensão que poderia attingir o cres
cimento das figueiras dessa es-