Full text: 2.1923=Nr. 7 (1923000207)

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PELO MONDO.. 
O templo “djainn” de Calcuttá 
Embora os caracteres geraes de 
ornamentação se encontrem na ar- 
chitectura de todos os monumentos 
hindús, ainda assim existe uma se 
rie de estylos que constituem pe 
riodos artísticos determinados. Os 
mais famosos constructores, os mais 
fecundos também, dum desses pe 
riodos, são os «djainns». A idéa ge 
radora de todos os seus templos é 
a construcçâo de vastas salas deli 
mitadas por fileiras de columnas 
A grande figueira-banian de Calcuttá 
se 
Esta arvore, com suas ramificações, cobrem mais dum 
hectare; sem cessar, novos rebentos deitam raizes, fa 
zendo-a assim ganhar mais terreno. 
esculpidas. Minaretes, domos, fle- 
xas, espiraes, surgem de todos os 
lados; todas as côres se misturam 
numa confusa e brilhante magnifi 
cencia para tornal-os mais pittores- 
cos e mais sumptuosos. 
Embora sabido da mesma mão 
que os templos de Radjputana, o 
de Calcuttá é inteiramente difieren* 
te. Situado no jardim de Badri 
Das, a construcçâo principal é de 
mármore branco, e as exquesitas 
decorações, tanto exteriores como 
interiores, foram cuidadosamente 
conservadas. Os «djainns» erguiam 
seus templos por grupos. O amor 
o 
do pittoresco os levava a collocal- 
os em sitios inteiramente differentes 
uns dos outros; os templos de Radj- 
putana se encontram sobre uma alta 
collina; outros se occultam em val 
les profundos e retirados; o de Cal 
cuttá eleva-se num parque á in- 
gleza. 
As aguas sagradas do Ganges 
A lenda diz que o Ganges jorrou 
da cabeça de Shiva; elle desce mais 
prosaicamente do Himalaya, a man 
são leudaría do deus; e a cidade 
de Benarés, cujo circuito elle atra 
vessa, consagra a Shiva um culto 
particularmente ardente. Eis por 
que os devotos não conhecem pra 
tica religiosa mais edificante do que 
visitar Benarés e banhar-se no rio 
sagrado. 
As aguas do Ganges apresentam 
uma côr esverdeada, bastante tur 
vada pelo barro que carregam das 
alturas do Himalaya; a esse barro 
ajunta-se ainda o pesado tributo das 
offereridas que os devotos, em Be 
narés, lançam ao rio, sob a fórma 
de flores e de cinzas humanas, sem 
falar dos cadáveres de ascetas du 
ma extraordinaria santidade. 
Comtudo, essa agua é dotada de 
virtudes maravilhosas; é capaz, ao 
mesmo tempo, de curar as moles 
tias do corpo e de purificar a al 
ma dos peccados. 
Homens, mulheres, creanças, em 
promiscuidade, lançam-se no pro- 
prio rio, ou nas piscinas da cidade, 
alimentadas pelas suas aguas. 
A grande figueira-banian'de Calcuttá 
A grande figueira-banian do Jar 
dim Botânico de Calcuttá é uma ar 
vore famosa; com um único e mes 
mo tronco, cobre mais de 10.000 
metros. Este vegetal é objecto de 
attenções meticulosas; todos os ra 
mos novos e tenros, que se incli 
nam como estalactites dos ramos 
principaes, são mettidos num bam 
bú que os protege dos choques e 
do ar. 
Até o presente, raramente se teve 
occasiâo de verificar o máximo de 
extensão que poderia attingir o cres 
cimento das figueiras dessa es-
	        
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