PELO MUNDO...
A maldita moda influe em
tudo. Devem ter notado que,
de alguns annos para cá, a
gente comme il faut prescinde completamente
do vinho. Andando por ahi em excursões, e
entrando em hoteis e restaurantes de nomeada,
observava-se não haver nas mesas senão gar
rafas de aguas mlneraes.
Por fortuna, porém, de muita gente, a moda
tende a passar, e já se torna a beber vinho
como dantes, e ainda mais do que anterior
mente ao apparecimento deste inexplicável ca
pricho. Já não
ha médicos
de nome que
se atrevam
a aconselhar
aos seus cli
entes um re-
gimem exclu
sivo de agua
commum ou
mineral. Os
gottosos e os
arth rit icos
convenceram-
se, por expe
riencia pró
pria, de que
suppri m indo
ás refeições
o doce e gra
to sumo das
uvas, não ga
nhavam cou
sa de provei
to, pois con
tinuavam a
ser tão arthri-
ticos e tão
gottosos co
mo se o be
bessem.
Aprende
ram assim
uma lei, que
ninguém con
tradiz, ainda
que muitos a
occultem : lei
simples, que
poderia con-
cretisar-se
nestas ou em
parecidas pa
lavras:^ regi-
mem de agua
não debilita
a enfermidade, mas sim o enfermo, collocan-
do-o em condições inferiores, isto é, em condi
ções de menor resistencia.»
Sabios eminentes reconheceram que se não
póde suprimir, de repente, o vinho a uma raça
que desde os tempos mais remotos (lembrem-se
de Noé), formava com o vinho a essencia do
seu sangue. Reconheceram, também, que a fer
mentação chimica dos alimentos, necessária a
toda a digestão, e por conseguinte a toda a
actividade, se ajuda extraordinariamente com
o uso do vinho, manancial perenne de bom hu
mor e de alegria sã. Emfim, e para remate, um
¡ilustre microbiólogo demonstrou que o vinho
é o primeiro e o mais natural dos antisépticos,
estabelecendo que o bacillo
da febre typhoide, o qual
medra na agua natural como
em elemento proprio, desapparece em toda a
agua mesclada de vinho, por ordinario que
este seja. Não era necessário que elle o dis
sesse. Todos estão fartos de ouvir que o typho
reinante se deve ás aguas que bebemos.
E ahi está o motivo porque renasce o vinho,
e porque a sua côr adorna novamente as me
sas, simulando rubi nas taças, e cravos verme
lhos nas toalhas. Fique-se portanto sabendo,
que torna a
ser moda be
ber vinho.
Mas, como
estar preveni
do contra as
mistificações
e sophistica-
ções do ven
dedor? Quem
nos assegura
que bebemos
o sumo da vi
de e não uma
beberagem
composta de
féculas, cam
peche e mais
drogas noci
vas ?
Podemos
a verigual-o
por uma fôr
ma muito sim
ples : a Aca-
demia das
Sciencias de
Paris,em uma
das suas ses
sões, indicou
a maneira de
verificara pu
reza do liqui
do : basta te-
lephonar atra
vés delle I
Ade sc o-
berta é devi
da a um phy-
sico, o Sr.
Maquenne.
«Não é pre
ciso,—diz el
le,— mais do
que ter o in-
commodo de
fazer passar um fio telephonico pelo vinho que
se quer ensaiar: se o vinho é natural o tele-
phone falará; se, pelo contrario, contiver um
acido, a sua conductibilidade eléctrica, nota
velmente alterada, obrigará o telephone a ficar
silencioso.»
E assim, o portentoso invento de Graham
Bell accrescenta mais um aos benefícios que já
prestava á humanidade.
A menina D. Mathilde. — Póde-me dizer que
horas tem no seu relogio, Sr. Caldas?
O Sr. Caldas (merencoreamente).—Não, minha
senhora; não lh’o posso dizer senão para o
mez que vem I
REHABILITAÇAO DO VINHO
No mundo das estrellas
SSPP"
4s formosas artistas da scena muda Lllian e Dorothy Gish, que recentemente
embarcaram para a Italia, afim de filmar a pelltcula «lhe whiie sister>.