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PELO MUNDO...
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IVIUNDO...
MAQAZINE MENSAL 1LLUSTRADO
Director: Castro Moura
anno II — n. 9
Rio de Janeiro, Outubro de 1923
Numero avulso 2$000
» nos Estados... 21200
» atrazado 31000
Prop. da"Empreza de Publicações Modernas"
de Moura, Barreto <5 C.
Capital realizado 600:0001000
Av. Henrique Valladares, 145 —(Edif. proprio)
Teleph. C. 4559 — End. Teleg. MOURETO
assionatura Annual
Registrada
Rio e Estados 30Í00O
Extrangeiro 401000
A FELICIDADE
Ha dias, num salão, eu ou
via discutir sobre a ques
tão da felicidade humana : terá ella alguma
coisa a ver com a do progresso material ;
seremos mais felizes porque existem tele-
graphos, telephones, estradas de ferro, au
tomóveis, etc.,
e mesmo o po
vo será mais
feliz porque
tem mais di
nheiro para
gastar?
— A felicida
de está em si
proprio, dizla-
se. Consiste no
equilibrio entre
os desejos e os
melos de satis-
fazel-os.
Isso é intei-
ramente verda
deiro. Apenas,
eis onde reside
a difficuldade :
é que, desde
que possuimos
urna coisa que
eremos, bem ou
mal, tornar
mais fácil a vi
da, soffreria-
mos com o seu
desappareci-
mento, ficaría
mos no estado
de espirito dum
homem arrui
nado.
Evidentemen
te, nunca oc-
correu a Salo
mão, que passa, comtudo, por ter sido pes
simista, exclamar :
—Tudo é vaidade 1 A existencia não vale um
prego, porque eu nunca subi em aeroplano 1
Mas si elle tivesse conhecido o aeroplano,
e delle fosse bruscamente privado, leria sen
tido que lhe faltava alguma coisa, o que o
teria feito soffrer.
éHi*:
A toi lotto
como os bolchevistas
ao povo:
— Não comes mais segundo a tua vonta
de, mas a felicidade consiste em ser senhor;
logo, é feliz.
Os extremos se tocam, dizia o velho
Balzac.
PIERRE MILLE.
Toda a questão está ahi. Os homens pri
mitivos, antes de conhecerem o fogo, não
pensavam em se aquecer. Eram felizes, quan
do o sol brilhava, infelizes quando o céo
estava coberto, e fazia frio. Mas, desde que
conseguiram aquecer-se, certo é que se jul
garam desven
turados, quan
do o seu fogo,
por acaso, se
extinguia. E’ o
mesmo que di
zer que só se
avalia a felici
dade, q u a nd o
perdida,da mes
ma fórma que
só se apreciam
os beneficios
dum bom esto
mago, quando
se digere mal.
Permitti-me,
pois, perguntar
ás damas desse
salão, que pro
fessavam essas
doutrinas estoi
cas, o que di
riam se lhes
fosse tirado o
seu automovel.
Olhando -me
com espanto,
r e s p o n d eram
que isso não
tinha nenhuma
relação com o
assumpto. O
mais curioso é
que ellas ra-
ciocinavam
absolutamente
russos, que dizem