PELO MUNDO...
Ao cair bruscamente na canoa, esta oscil-
lou, e colheu agua pelas bordas. Depois,
desamarrou-a; deixou-a vogar, rio abaixo.
Navegava nervosamente, bruscamente. A
intervallos, levantava borbotões de espuma
com o remo, e a canoa ia como urna flexa
á flor d’agua. Assim and<?u duas horas.
Tinha a barba innundada de suor. A cami
sa pegava-se ao corpo, pondo em relevo as
suas linhas athleticas. Chegou á pequena
povoação de Guara. Yendo-o, um menino
sahiu-lhe ao encontro. Quando desembar
cou, este o saudou com maneiras alegres.
João approximou-se delle, com ar torvo, e
perguntou-lhe:
ella: ”Não é verdade, meu tio bonito, meu
tio adorado, titiozinho da minha alma”'?
Uma raiva delirante o possuiu, conver
tendo-o na imagem do terror. Dando um
salto de jaguar sobre a canoa, tomou a
canoa, e disparou para as cabanas. Ao
penetrar numa delias, fez a porta voar em
pedaços. Roque estava deitado sobre uma
rede. A seu lado, Rosarito o acariciava.
João não lhes deu tempo para se levan
tarem. O machado vibrou golpes terríveis.
Houve alaridos espantosos. O sangue bor
rou as paredes, as mesas, os tamboretes.
Em breve, os membros separados, sangren
tos horríveis, palpitavam disseminados
Se me en
ganas uma
vez, a culpa
é tua ; se me
enganas ou
tra vez, a
culpa é mi
nha.
*
Os amigos
dizem-se sin
ceros; são os
inimigos que
o são ; as-
sim devia-
mos tomar a
critica destes
como um re
medio amar
go e apren
der com el-
les a conhe
cer m o -nos
melhor.
*
Póde suc-
ceder que
lastimemosa
morte dos
nossos ini
migos e dos
nossos ad-
v e rsa rios,
mesmo pas
sado muitos
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Oò accidentes de caçada : um grão de chumbo que erra o endereço
Hérouard.
Charles
annos, quasi
tanto como a
dos nossos
amigos, —
será quando
virmos que
nos fazem
falta para se
rem teste
munhas dos
nossos bri
lhantes tri-
umphos.
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Entre pas
sageiros e
marinheiros,
póde calcu
lar-se que ha
sempre so
bre as aguas
do mar mais
de tres mi
lhões e meio
de i n d i v i-
duos.
*
Em França,
a cremação
de um cada-
ver custa
apenas tres
francos, isto
é, seis tos
tões nossos.
-— Ouve, menino, onde está esse canalha
de Santiago ?
— Santiago?... Santiago foi-se para Co-
rozal!...
— E Rosarito?... Que fez de Rosari
to?...
— Pois... pois... ella está ali, com Ro
que, respondeu o menino.
João poz-se a tremer. Estava como pe
ni ficado. A seu espirito em angustia,
acudiram como relâmpagos as assiduas sym-
pathias de seu irmão pela sobrinha; os
mimos de Rosarito pelo tio; as tardes em
que os achava juntos, debulhando espigas
ou escamando peixes na praia, dizendo-lhe
pelo solo... Com outro salto de fera, em-
prehendeu a fuga. Pouco depois, penetrou
no corredor da Cadeia. O cabo sahiu a seu
encontro, sobresaltado. Vendo-o chegar na-
quella attitude, sangrento, desgrenhado, com
aquella arma na . mão, não se atreveu a fa
lar-lhe. João estendeu-lhe o machado. O
cabo o recebeu, e indagou:
— Que é isso, João?... Que significa
isso?... Donde vens?...
■ começou com fadi-
meu irmão me disse
que nunca tinha tido uma filha, e agora...
agora... vae ter um irmão no presidio!...
— Pois . .. pois...
ga e pranto — pois.
ICO -