Full text: 2.1924=Nr. 12 (1924000212)

PELO MUNDO... 
A 
m 
mi 
a 
X 
MUNDO... 
MAQAZ1NE MENSAL 1LLUSTRADO 
Director: Castro Moura 
anno n - n. 12 
Rio de Janeiro, Janeiro de 1924 
Numero avulso 2Í00D 
• nos Estados... 2Í2Ü0 
» atrazado ...... 31000 
Prop. da Empreza de Publicações Modernas" 
de moura Barreto & C. 
Capital realizado 600:000?000 
Av - Henrique Valladares, 145 - (Edif. proprio) 
Teleph. C. 4559 — End. Teleg. MOURETO 
Assionatura Annual 
Registrada 
Rio e Estados 301000 
Extrangeiro 401000 
A MORTE DO AMOR Se ella estava triste, mais 
-—; o estava eu, pensando que 
haviamos sepultado para sempre o nosso amor, 
sem esperanças de vel-o resurgir um dia ; pen 
sando que os 
nossos labios 
não se uniriam 
jamais. E ar 
rastado pela 
cegueira do 
meu egoísmo, 
pa r e cia- m e 
que devia 
agradecer a 
mim mesmo 
aquella triste 
za minha, que 
devia consolar 
se pornotal-a, 
pois era como 
que um reflexo 
do amor já re 
moto. 
Houve tem 
po em que nós 
dous sonhava 
mos, não só 
em amor, mas 
em paixão até 
á morte, usque 
ad mortem. 
Ambos cria 
mos no nosso 
sonho, e mais 
de uma vez, 
Inebriados, 
proferimos as 
grandes pala 
vras ¡Ilusorias: 
“Sempre 1 Ja 
mais I” Havia 
mos crido na 
intelligencia 
da nossa car 
ne, naaffinida- 
de raríssima e 
mysteriosa que 
une as creatu- 
ras humanas com o tremendo laço de um de 
sejo insaciável; criamos, porque a agudeza 
Cí 
de nossas sensações não diminuiu, nem quan 
do o obscuro genio da especie realizou em nós 
o seu único intento. 
A illusão havia desapparecldo, a chamma 
estava extinc- 
ta. A minha al 
ma, juro-o, 
chorou since 
ramente sobre 
as ruinas. Po 
rém como op- 
pôr-se a um 
phenomeno 
ne cessario ? 
Como evitar o 
inevitável ? 
Apezar de 
tudo, era gran- 
de ventura 
que, morto o 
amor, pela ne 
cessidade fatal 
dos phenome- 
nos e sem cul 
pa de nossa 
parte, podia- 
mos vivercom- 
tudo, na mes 
ma casa, liga 
dos por um 
mesmo senti 
mento, talvez 
menos profun 
do que o an 
tigo, porém 
c ertam ent e 
mais elevado 
e mais nobre. 
Era grande a 
dita de poder 
uma nova illu 
são succeder 
á antiga, e es 
tabelecer em 
nossas almas 
uma troca de 
affectos puros, 
de emoções 
O prisioneiro e a sua linda carcereira. 
delicadas, de tristezas finas. 
Gabriel D'Annunzio. 
5 - 
Esta Empreza obteve) Medalha de Ouro na E rposição Internacional 'da Centenario.
	        
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