PELO MUNDO...
fanhotos e meio; haveis commettido um erro
de mais de vinte mil milhões de cavallos.
Vamos, vamos, ponde-vos de joelhos, multi
dão de gafanhotos 1 Ponde-vos de joelhos que
é para aprenderdes! Ficareis de joelhos por
espaço de dois mil annos I
E era assim em tudo.
Um garotinho era castigado por haver com
mettido tres mil faltas num dictado de vinte
linhas. Outro era castigado porque, sendo
filho de um sapateiro que ganhava mais de
vinte milhões por dia, compondo sapatos, não
achava o meio de adquirir um lápis de tostão
em seis semanas. Um pobre rapazinho que
não podia aprender o seu cafhecismo foi
ameaçado de não fazer a primeira commu-
as exaggerações do seu professor converte
ram-se no objecto de todas as suas medita
ções. |
Continuou redigindo os seus deveres como
um furriel, mas assim que acabava a sua
tarefa, via espinotar e rodar as centenas de
milhões, os milhares de milhões e os quin-
tilliões. Então, urdia problemas deste jaez:
Dezeseis mil formigas comeram sessenta tril-
liões de elephantes em quatro mil terças partes
de segundo. Pergunta-se: quantos devorarían
em seiscentos mil semestres, treze mezes e
oitenta semanas ?
Foi sempre o melhor menino da classe,
mas de noite, sonhava, sonhava, sonhava, so
nhava...
FIGU RAS DA ACTUAI.IDADE
v
Monsenhor Patrick J. Mayes
Arcebispo de Buenos Aires, a quem Pio Xi impoz o
chapéo cardinalício.
Monsenhor Mundelein
Arcebispo de Chicago, que também recebeu o chapéo
cardinalício das mãos de Pio XI, na Basílica de S. Pedro.
nhão antes de oito mil milhões de séculos.
Era um verdadeiro delirio.
Como bem o pensará o meu amigo, os
jovens educandos acostumaram-se rapidamente
a titánica mania do professor. Os meninos acos-
fumaram-se a tudo, e já nem sequer levan
tavam a cabeça quando ouviam que eram
ameaçados com os mais terríveis castigos.
Apenas o pequeno Hanjneton pasmou de
admiração.
O pequeno Hanneton, o melhor alumno
ua classe, era um mocinho que sobresahia
n a divisão, a mais arida das quatro opera-
Çoes. Não ignorava sub-prefeitura alguma, co
nhecia a França pelas antigas provincias e
sabia a sua historia na ponta da iijigua, não
traquejando jamais numa lição.
Poucp a pouco, o pequeno Hanneton sentiu
desenvolver-se nclle o genio das cifras, e
Na distribuição de prêmios obteve-os qua-
si todos e foi apresentado no concurso do,s
cantões.
Então, quando viu os examinadores com as
cabeças ridiculas e gravatas brancas sentiu
que alguma coisa de extraordinario se pas
sava comsigo. Não poderia dizer o que era,
mas devia ser alguma coisa extremamente
anormal.
Distribuiram papeis cobertos de perguntas
e cada candidato se poz a matutar.
A leitura do papel de Hanneton fez furor.
As respostas eram assim:
— Quantos annos permaneceu np throno
Luiz XIV?
— Sessenta e quatro mil séculos !
— Não houve uma guerra muito grande
entre a França e uma potencia visinha ?
— Sim. Dezeseis mil annos depois de Je-