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PELO MUNDO...
villa de Krung Kao, ás margens do
Ménam, por caminho que atravessa
espessa e tenebrosa floresta, onde
o calor é suffocante. Do silencio da
floresta virgem, coberta de longas
hervas, de plantas rasteiras de or-
ehidéas e do resto da vegetação tro
pical, surgem, então, as ruinas dos
palacios, as torres que se erguem
para o céo, os pináculos dos tem
plos, as estatuas, os pagodes de zim-
O templo Subterráneo de Petcha-
bouri
Gruta natural numa colima calcarea que os buddhis-
tas do Sião occidental converteram em Santuario. Io
das as anfractuosidades contêm estatuas de Buddha,
urnas grandes, outras pequenas.
boVio em espiral, uns em melhor
estado do que outros, mas tudo apre
sentando o mesmo aspecto de deso
lação. Os edificios de Ayuthia eram
quasi todos de construcção pyrami-
dal, estylo conhecido por Montanha
de Ouro, tendo geralmente 120 me
tros de altura e rematados por um
zimborio em espiral. Resta ainda
um grande pagode do século XVI
cujo faiscante zimborio resplandece
magicamente á luz do sol. Mas a
maior reliquia da edade de ouro de
Ayuthia é a enorme imagem de
bronze cinzento-esverdeado chama
da Amida e que representa o Buddha
sentado. Tarefa colossal a do ar
tista que, ao crear tão formidável
figura, teve de fazer apparecer e
fixar no bronze o traço da dignidade
divina. A estatua respira bemaven-
turança; o doce brilho dos grandes
olhos parece pertencer a um ente
que passou na térra para abençoar
e que boje mora nas regiões supe
riores da vida; os labios, tão placi
dos, consolam, sem palavras, os cren
tes que se approximam. O ar e as
injurias do tempo avermelharam o
bronze, mas aquella face tão expres
siva conserva ainda a augusta se
renidade que lhe deu o esculptor.
Estão ainda de pé algumas pare
des do templo onde noutros tempos
reinou a estatua, supportadas pelos
pillares mutilados cujo fuste os ca
piteis corynthios coroavam; os co
lonos gregos, que, na época da cons-
trucção do santuario, tinham ven
cido e fraternizado com os Ayuthia-
nos, é que Ibes suggeriram a idea
desses ornamentos clássicos.
MARAVILHAS DO MUNDO
OS TEMPLOS SUBTERRANEOS
DE PETCHABOURI
Para chegar ás grutas de Pet-
ehabouri é preciso descer por urna
escadaria feita na própria ro
cha. Algumas delias são muito es
curas tornando-se necessário o au
xilio de archotes para percorrei-as,
outras dispensam essa precaução, re
cebendo a luz por um orificio na
tural aberto no alto. O solo é liso
e coberto de areia. Pelas paredes
vêem-se estatuas de Buddha, sentado,
em pé, deitado, em todas as posições
e em toda a parte. Pequenas aber
turas, dissimuladas atrás das esta
tuas maiores, conduzem a nichos
sórdidos e sombrios onde se aven
turam os penitentes. Enormes sta-
lactytes fulguram á luz vacillante dos
locheiros.
(Continúa no proximo numero)