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PELO MUNDO.
UM CAPITULO DE IRACEMA
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O gallo da campina ergue a poupa escarlate fóra
do ninho.
Seu límpido trinado annuncia a approximaçâo do dia.
Ainda a sombra cobre a terra. Já o povo selvagem
colhe as rêdes na grande taba e caminha para o banho.
O velho pagé que velou toda a noite, falando ás estrel
las, conjurando os máos espiritos das trevas, entra
furtivamente na cabana.
Eis, retróa o boré pela amplidão do valle
Travam das armas os rápidos gueireiros, e correm
ao campo.
Quando foram ♦ ♦♦
todos na vasta
ocára circular,
Irapuam, o
chefe, soltou o
grito de guerra.
— Tupan
deu á grande
nação tabajara
toda esta terra.
;Nós guarda
mos as serras,
d'onde manam
os corr e g o s,
com os frescos
ipús onde eres-
ce a maniva e
o algodão ; e
abandonam o s
ao bárbaro po-
tyguara, come
dor de cama
rão, as sereias
nuas do mar,
com os séceos
ta bolei ros sem
agua e sem fio-
testas. Agora
os pescadores
da praia, sem
pre vencidos,
deixam vir p«elo
mar a raça
branca dos
guerreiros de
fogo, inimigos
de Tupan. Já
os emboabas
estiveram no
Jaguaribe ; lo
go estarão em
nossos cam
pos ; e com
elles os poty-
guaras. Fare
mos nós senho
res das aldeias,
como a pomba,
que se encolhe
no seu ninho,
quando a ser
pente se enros
ca pelos ga
lhos ?
O irado chefe
meio do campo.
:dade feui
e calcou no chão, com o pé agil ainda e firme.
Pasma o povo tabajara da acção desusada. Voto de
paz em tão provado e impetuoso guerreiro ! E' o velho
heróe, que cresceu na sanha, crescendo nos annos, e o
feroz Andira, quem derrubou o tacape, nuncio da
próxima lucta?
Incertos todos e mudos escutam
— Andira, o velho Andira, bebeu mais sangue na
guerra do que já beberam t auim nas festas de Tupan
todos quantos guerreiros alumia agora a luz de seus
olhos. Elle viu
♦ mais combates
em sua vida do
que lúas l“ e
d e s pir am a
fronte. Quanto
cráneo de pO"
tyguara escal-
pellou sua ma°
i m p 1 acaveh
antes que 0
tempo lhe ar
rancasse o P rl '
meiro cabello-
E o velho An-
dirá nunca te-
/
X
-X
Irapuam, a
O pequeno aproveitador
brande o tacape e o arremessa ao
Derrabando a fronte, cobre o rúbido olhar ■
— Irapuam falou ; disse. O mais moço dos guer
reiros avança : — O gavião paira nos ares. Quando a
nambú levanta, elle cae das nuvens e rasga as entranhas
da victima.
O guerreiro tabajara, filho da serra, é como o gavião.
Tróa e retrôa a pocema da guerra.
O joven guerreiro erguera o tacape ; e por sua vez
o brandiu. Girando no ar, rapidâ e ameaçadora, a
arma do chefe passou de mão em mão.
O velho Andira, irmão do pagé, a deixou tombar
vin-
da‘dos emboa'
bas e deixa q«e
cheguem todos
aos nosso*
campos. Entã
Andira te P r °
mette o ba”
quete da victo
ria.
Desabr'”
emfim Irapuam
a funda colera-
_ Fica tu,
escondido e”
tre os igaçaba
de vinho,
velho morcego, porque temes a luz do dia e s° b
o sangue da victima que dorme. q
Irapuam leva a guerra no punho.de seu tacape-,
terror que elle inspira vôa com o rouco s m do bo ¡ s
O potyguara já tremeu ouvindo-o rugir na serra, tn
forte que o ribombo d) mar.
José de Alencar-
meu que
o ini
migo pisasse a
terra de seus
paes mas ale
grava-se quan
do elle vinha,
e sentia com 0
faro da guerra
a juventude re
nascer no cor
po decrepito^
como a arvore
secca renasc
com o sopro d
inverno. A na
ção tabajara
prudente. EU»
deve encostar
tacape da luc
para tanger o
memby da t e ’
ta. Celebra
Entre os operários que trabalham nas salinas ( s gS ,
neiros), nunca se declara o cholera, a varióla, a
carlatina, nem sequer mesmo uma simples gnpP e -