Full text: 3.1924=Nr. 11 (1924000311)

PELO MUNDO... 
dos cantos, 
de avançar 
O mais rapidamente que me possa levar um 
a utomovel. 
— Fez a cabeça ? 
— Sim; ( fiz o que pude, como prometti. 
Espero que não lhe desagradará o que fiz. 
Então aqui o espero. 
Brian apanhou o chapeo e saiu correndo. 
Vitando chegou a casa do esculptor subm a 
es cada os degráos tres a tres. 
Bateu na porta que se abnu ímmediata- 
naente. Ah estava Irving Sil ver com o seu 
av ental branco de esculptor. 
Entre, joven — disse elle n’um tom cor- 
ijiai e de amavel convite, emquanto no fundo 
d ° aposento sorriam grupos de graciosas fi 
suras de céra. 
Estamos sós — continuou o esculptor; 
~~ todos os operarlos sairam. Entre. 
Bnan seguiu-o sem 
Poder articular Urna 
s ° Palavra. Silver apa 
go^ a luz central, e 
uutão Brian notou que 
, ó estava accesa urna 
Uz com abat-jour ver- 
2® n’um 
Bopois 
Ulls passos Silver 
Parou. 
"Tome a sua pri- 
■Ueira impressão d’este 
Ponto — lhe recom 
endou elle. — A’ 
istancia pode dar 
Iriais encanto. 
. ~~ Encanto I — Sim, 
sa era a palavra. 
Como se fóra um 
Sico, o creador de 
uUieres de céra pa- 
"ta que, verdadeira- 
, e nte, tinha dado vi- 
d aquella figura. 
v e " rlan não se mo- 
u - Parecía estar hy- 
Ptnotisado. 
d ls 7~ Senhor Silver — 
te ® depois de algum 
e 0 m P? com voz pou- 
n . 'irme. — Nunca 
bast= rtl a gradeer-lhe 
c 0 ante - Nem póde 
fez P'cbender quanto 
n^r Por mim. E’ urna 
f 0r dv nha, é quasi como se tivesse trans- 
d Uzia ° ° meu s °nho em realidade, repro- 
v lm lndo cm corpoi e laífmfa a mulher por quem 
Pero de tres mil milhas de distancia com a es- 
^ n ? a de encontral-a. 
feim J 'l u . e eu desejava era que ficasse satis- 
nn,. ~7 disse Silver, —> e muito me alegro de 
assIm . 
"Pos, 1 mln ha casa, na França, reservarei um 
*Uz er ‘ t0 para ella, assim, com essa mesma 
Se gui 6 a P ezar d’essa semelhança não con- 
est e ; a r en contral-a, ou se, por desgraça, já 
Satisc • Casa da com outro, sentir-me-ei mais 
tn 0rta eit0 com essa imagem que a maioria dos 
Pocl e es com as suas esposas. Senhor, Silver, 
__ - ei 'eval-a já commigo ? 
fri e¡ , a ss ° depende — respondeu Silver com certa 
-p ~~ do propno modelo, 
ntão quer dizer que como a cabeça está 
C no se fosse feiticeiro, 
cera parecia ter dotado 
fresca amda não poderá ser removida ? Oh 1 
mas se tem que ficar aqui ainda esta noite, 
permitíanme que eu tambem fique aquí para 
fazer-lhe companhia. A proposito, caro se 
nhor, quanto lhe devo pelo seu trabalho ? 
— Em dinheiro, nada — disse Silver. — 
Na realidade não fiz gasto algum, e o que 
fiz só me deu grande prazer. 
Brian agarrou nas mãos do esculptor è 
sacudiu-as, mas isso não era bastante, park 
um francez provar a sua gratidão. Segurou-O 
pelos hombros, e beijou-o primeiro n’uma 
¡face e depois na outra. j 
O manequim deixou escapar uma sonora 
gargalhada. i; 
* * I 
Já vamos saber o que se tinha passado. 
Silver tinha escripto ao photographo que ttr 
nha tirado o retrato 
d’ellá, e que teve k 
sorte de encontrar, e 
d’esta maneira poz-sé 
«m comunicação coi,. 
«Mary Smit/i». Escre 
veu-lhe com toda a 
eloquência de um es 
pirito román ico, man 
dando-lhe contar to- 
díá a historia de Brian 
de Vlallonet. 
Ella respondeu-lhe 
contando a sua pró 
pria historia: uma tíá 
rica a tinha adoptado, 
levando-a para Was 
hington. Não, não ti 
nha casado. Prometteií 
ir a Nova York para 
posar alguns minutos, 
como Silver lhe tinha 
pedido. E ao assig- 
nar não o fez mais 
com o nome de Ma 
ry Smith, mas sim 
com o de Mary San- 
derson. ! 
Irving Silver ficou 
surpreso quando lhe 
pediram para ser o 
padrinho; não lhe pa 
recia ser competente. 
Mas depois de tudo, 
era, afinai de contas, 
a coisa mais naturai 
o creador de mulheres de 
de vida aquella figura. 
do mundo. 
A SÊDA ARTIFICIAL 
Falleceu, ha pouco, em França, o conde de Char- 
donnet, que foi o inventor da sêda artificial, desco 
berta que, para a industria franceza, constituiu 
assignalada victoria. 
Tinha o velho fidalgo mais de oitenta annos de 
edade. 
Theoricamente, já a sêda artificial havia sido pre 
parada, no XVIII século, pelo sabio Réaumur; mas 
foi o conde de Chardonnet que a realizou pratica 
mente, seguindo um methodo que acompanhava 
muito de perto os processos da natureza no traba 
lho do bicho da sêda. 
Esse methodo consistia, segundo o inventor, em 
manter uma solução de nitrocellulose numa mistura 
de ether e de álcool, e leval-a para um liquido co 
agulante em que o filamento podia ser estirado, 
seccado e enrolado numa bobina, como um fio com 
prido de sêda verdadeira. 
J.
	        
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