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PELO MUNDO...
ganchada na sua forquilha, formaria um pe
rigoso mundeo. Os seus cdmpanheiros apoia
vam esse parecer, achando prudente enta
lhar a gamelleira, embora se consumisse mais
tempo. O lavrador, confiado no seu plano
temerario, persistiu; então o trabalho co
meçou.
O Congo, fincando um pé atraz, arremes
sou o machado, que foi encravar-se no rijo
lombo do gi-
meçavam fogo. A cada vae-vem do machado
entoava o Congo uma breve cantiga, a que
respondiam os parceiros em côrp, quando vi
bravam os golpes simultâneos:
— Acocha, malungo.
— Batecum gererê.
— Acocha com força.
—Batecum gererê.
— O gavião é quem governa.
— Batecum
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gante. O aço
cantou e o ca
bo solto bran.
diu, como a
cauda da jara
raca retraida
para o bote.
° negro cuspiu
entra as mãos,
e; regou as pal
mas uma na ou
tra e arrancou
a arma terrível.
Os golpes u -
cederam-se. A
cada golpe
voava um esti
lhaço de páo,
zunindo. Os
outros deniba-
d ores porfia
vam em imi
te r o Congo,
mas faltpva-
Ihes a força e
destreza d e
pulso. Tam
bém o africa
no gostava de
provocal-os, a-
Jardeando seu
vigor. Sempre
que o seu ma
chado tinia no
cerne, elle bra
dava aos par
ce i r o s, em
tom de cha
cota.
— Acocha,
malungo!
Hoje que
bro-te a prôa,
re spondia o
mais encafifa-
do.
Vamos ver.
_ E os seus golpes redobravam, echoando
'dém; e os cavacos zuniam no espaço, como
a bala do arcabuz.
Passava do meio dia, quando a sucupira
deu o primeiro gemido.
Os derribadores soltaram uma interjeição
tmizona de enthusiasmOl; o eito em côro res-
P°ndeu com outra. Mas faltava muito para
° colosso cair.
O Congo malhava sempre, emquanto os
Parceiros fatigadlos deixavam, ás vezes, pender
°s braços frouxamente. Mas também reco-
■VI COPACABANA
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Quem quer ir tomar banho commigo ?
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gererê.
Essas phra-
ses e outras
acompanha das
de estribilho
marejava p com
passo regular
dos machados.
O fazendeiro di
rigia o serviço
com o olhar
vigilante n o
gavião da ar
vore, d’onde
dependia a cer
teza da ponta
ria. Ora, man
dava cortar
mais á direita,
ora mais á es
querda, confor
me a necessi
dade.
A attenção do
eito convergia
para esse pon
to ; não se fa
lava n’outra coi
sa; sustentavam
alguns que a
gamelleira não
cairia; aposta
vam outros que
ella não resisti
ria ao choque.
Só pae Bento
não falava...
Tra ia os olhos
arregalados no
espaço, como se
estivesse vendo
uma visão si
nistra.
A’s onze ho
ras pararam pa
ra tomar a re
feição.
Pae Bento não comeu. O trabalho recome
çou com mais enthusiasmo. Emfim, ás duas ho
ras da tarde, o colosso vegetal estalou no áma-
go| e ps tres algozes soltaram o grito de aviso:
— Foge, gente!
Então os trabalhadores que andavam ppr
ah perto, escafederam-se á pressa.
A sucupira estava equilibrada soíbre a ares
ta de um prisma. Apenas os derribadores dis
seminados pela floresta puzeram-se longe dp
perigo, o CongO atirou mais alguns golpes.
De repente rangeram as fibras do tronco, e