Full text: 4.1925=Nr. 3 (1925000403)

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PELO MUNDO... 
ganchada na sua forquilha, formaria um pe 
rigoso mundeo. Os seus cdmpanheiros apoia 
vam esse parecer, achando prudente enta 
lhar a gamelleira, embora se consumisse mais 
tempo. O lavrador, confiado no seu plano 
temerario, persistiu; então o trabalho co 
meçou. 
O Congo, fincando um pé atraz, arremes 
sou o machado, que foi encravar-se no rijo 
lombo do gi- 
meçavam fogo. A cada vae-vem do machado 
entoava o Congo uma breve cantiga, a que 
respondiam os parceiros em côrp, quando vi 
bravam os golpes simultâneos: 
— Acocha, malungo. 
— Batecum gererê. 
— Acocha com força. 
—Batecum gererê. 
— O gavião é quem governa. 
— Batecum 
■G-€>-€3"€3-€>€>-©"€> ■©■ 000000€>©0 
gante. O aço 
cantou e o ca 
bo solto bran. 
diu, como a 
cauda da jara 
raca retraida 
para o bote. 
° negro cuspiu 
entra as mãos, 
e; regou as pal 
mas uma na ou 
tra e arrancou 
a arma terrível. 
Os golpes u - 
cederam-se. A 
cada golpe 
voava um esti 
lhaço de páo, 
zunindo. Os 
outros deniba- 
d ores porfia 
vam em imi 
te r o Congo, 
mas faltpva- 
Ihes a força e 
destreza d e 
pulso. Tam 
bém o africa 
no gostava de 
provocal-os, a- 
Jardeando seu 
vigor. Sempre 
que o seu ma 
chado tinia no 
cerne, elle bra 
dava aos par 
ce i r o s, em 
tom de cha 
cota. 
— Acocha, 
malungo! 
Hoje que 
bro-te a prôa, 
re spondia o 
mais encafifa- 
do. 
Vamos ver. 
_ E os seus golpes redobravam, echoando 
'dém; e os cavacos zuniam no espaço, como 
a bala do arcabuz. 
Passava do meio dia, quando a sucupira 
deu o primeiro gemido. 
Os derribadores soltaram uma interjeição 
tmizona de enthusiasmOl; o eito em côro res- 
P°ndeu com outra. Mas faltava muito para 
° colosso cair. 
O Congo malhava sempre, emquanto os 
Parceiros fatigadlos deixavam, ás vezes, pender 
°s braços frouxamente. Mas também reco- 
■VI COPACABANA 
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Quem quer ir tomar banho commigo ? 
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gererê. 
Essas phra- 
ses e outras 
acompanha das 
de estribilho 
marejava p com 
passo regular 
dos machados. 
O fazendeiro di 
rigia o serviço 
com o olhar 
vigilante n o 
gavião da ar 
vore, d’onde 
dependia a cer 
teza da ponta 
ria. Ora, man 
dava cortar 
mais á direita, 
ora mais á es 
querda, confor 
me a necessi 
dade. 
A attenção do 
eito convergia 
para esse pon 
to ; não se fa 
lava n’outra coi 
sa; sustentavam 
alguns que a 
gamelleira não 
cairia; aposta 
vam outros que 
ella não resisti 
ria ao choque. 
Só pae Bento 
não falava... 
Tra ia os olhos 
arregalados no 
espaço, como se 
estivesse vendo 
uma visão si 
nistra. 
A’s onze ho 
ras pararam pa 
ra tomar a re 
feição. 
Pae Bento não comeu. O trabalho recome 
çou com mais enthusiasmo. Emfim, ás duas ho 
ras da tarde, o colosso vegetal estalou no áma- 
go| e ps tres algozes soltaram o grito de aviso: 
— Foge, gente! 
Então os trabalhadores que andavam ppr 
ah perto, escafederam-se á pressa. 
A sucupira estava equilibrada soíbre a ares 
ta de um prisma. Apenas os derribadores dis 
seminados pela floresta puzeram-se longe dp 
perigo, o CongO atirou mais alguns golpes. 
De repente rangeram as fibras do tronco, e
	        
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