Outubro de 1927
PELO MUNDO...
Os “geysers" sao vulcoes de agua
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Os mananciacs que surgem por erupções
periódicas chamatn-se geysers, palavra tira
da do idioma dos islandezes, que é onde
aquelles phenom©nos naturaes se produ
ziram, ou íoram observados pela primeira
vez.
E’ preciso declarar, para começar, que esses
phenomemos são bastante raros. Emquaito
que os vulcões em actividad® encontram-se
pelo mundo inteiro, até ñas proximidades do
Polo, tres regiões sómente podem gabar-se de
possuir geysers: a Islandia, a Nova Zelandia
e o Parque Nacional de Gcllorostone, tíos Es
tados Unidos. E’ bom também fazer notar que
essas tres regiões
são vulcanicas e, se
a ultima não apre
senta mais do que
cratéras extinctas, a
Islandia e a NoVa
Zelandia possuem,
respectiva m e>n e, va
rios vulcões em acti
vidade.
Aquelles repuxos
o e agua fervendo
erguem-se ás vezes
a urna altura de
70 a 80 metros e
são de urna belleza
impressionante. Na
maioria dos casos,
um ruido subterrá
neo precede o es
guicho da agua e
previne aos espe
ctadores, que arris
cam a sua vida
permanecendo perto
da abertura.
De repente y m
esguicho de vapor
lança um silvo es
tridente e logo em
seguida precipita-se
a columna de agua,
qu e adopta diver
sas formas, segundo
os geysers. A mais
oommum é a forma
de cirio ou penacho.
1 requentCmente é um conjunto de repuxos
d agua proyectados em diversas direcções
verticaes e obliquas e em forma de leque.
O de Wajmora, na Nova Zelandia, apre
senta, mo correr das suas violentas erupções,
a fôrma de um ramilhete de fogos artifi-
ciaes. Tem um ¡record, não muito Invejável,
d de ter causado a morte de muitas pessóa|s.
Este geyser surge inesperadamente, sem fa-
zer-se annunciar pelo menor ruido subter
ráneo e as columnas de agua arrojam pe
dras tão grandes que estas têm matado a
varios turistas imprudentes que se tinham
approximado demasiado, para contemplarem
a seu gosto o estranho phenomdno. Um
caso semelhante oceorreu, quando visitei o
maravilhoso valle de Retoma, urna das re
giões rnajs pittorescas do mundo, com as
suas choças de maoris, seus lagos de lím
pidas aguas e centenares de geysers. Sob
a protecção de um agente do -Ministerio do
Turismo (instituição que a Nova Zelandia
possue ha cerca de trinta anaos), a nossa
caravana, composta de distjnctos elementos
de ambos os sexos, tinha-se approxjmado do
orificio do grande geyser, afim de yér a
superficie da agua fervendo, a urna pyo r
fundidade de d®z metros. De repente o guia
nos ordenou que nos afastassemos e levou-
nos com passo accelerado, para uma ; pe
queña collina distante u,ns 300 metros. Menos
obedientes que a maioria, tres inglezas per
maneceram perto do
abysmo. De repente
surgiu uma enorme
montanha de agua.
Muito contente por
poder tirar urna
phoíographia quasi
única, unía das des
obedientes enfocava
já o geyser, quan
do uma pedra enor
me, que pesava pelo
menos uns quarenta
kilos, caiu sobre
ella, de urna altura
de uns cem metros,
matando-a instanta
neamente.
Dez annos mais
tarde, segundo li
nos jomaos ne-
zelandios, outro tu
rista imprudente foi
morto em idénticas
circumstanrias, e é
sabido que varios
visitantes têm sido
horrivelmente quei
mados pelo repuxo
de agua fervendo.
As aguas dos gey
sers são sempre
sulphurosas e pos
suem em abundan
cia soluções calca-
reas e de silida.
Estes mineraes aca
bam por formar verdadeiras cratéras em mi
niatura em volta do orifido.
Os intervallos entre 1 as e r upções são, em
certos casos, de urna regularidad® chrono-
metrica.
Um famoso geyser, o de Yellowstone, co
nhecido sob o muito adequado nome de
Oíd Faithful (o Vejho Fiel), lança um _re-
puxo de agua cada sessenta e cinco mi
nutos e nunca logrou aos admiradores, que
esperam o phenomqno, desde ha mais de
meio seculo.
Outros geysers só surgem uma vez por
dia, ou cada quarenta e oito horas, mas a
irregularidade é o mais frequente nesses vul
cões de agua.
Embora os islandezes declarem que os
seus geysers são os melhores do mundo,
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