PELO MUNDO...
Novembro de 1927
nhecer a um magistrado, em cuja juris-
dicção permaneça o noivo e ao mesmo tempo
o encarregado de negocios musulmanos so
licita do Governador geral a licença para
celebrar o matrimonio.
Direitos reconhecidas ao esposo, aparte o
de repudio, são os de reprehender meiga-
mente a mulher, se esta não quer obedecer
pela primeira vez, e se reincide, pode o ma
rido bater-lhe mas sem feril-a no ropto,
de modo que fique marcada, sem fazer
sangue.
A mulher separada do marido, que fique
gravida, tem que ser mantida pelo esposo
até dar á luz, e elle de berá pagar tam
bém os gastos do
parto. A esposa
s<5 é obrigada a
amamentar seu fi
lho por espaço
de tres dias, de
pois dos quaes, o
pae tem que olhar
pela manutenção
da creança ou to
mar conta della
se a mãe não
quer tel-a a seu
lado.
Permitte-se em
Java até quatro
esposas legitimas
com a condição de
que se dé todo
o necessário para
sustental-as, além
de quantas con
cubinas queiram,
mas com a mesma condição. De semelhante
magnificencia só usam os principes e outros
opulentos javanezes, mas, neste caso, a pri
vilegiada é a primeira mulher, a quem estão
subordinadas as outras mulheres.
Na ilha de Célebes, a noiva e o noivo
mahometanos vestem para o casamento ves
tuarios de seda de vistosas cores.
Logo que o noivo obteve o consentimentp
do rajah principal e fez dadivas ao pae
da noiva, celebramos c- os esponsaes, e no
banquete nupcial comem os conjuges no mets-
mo prato.
Vê-se em outra de nossas gravuras um
joven casal do norte de gornéo, no mo
mento de receber a autorização do chefe
da aldeia para contrair matrimonio, consen
timento ao qual precederam os respectivos
paes dos noivos. As jovens desta comarca
não fazem grande caso do penteado nem
do vestuario. Pertencem a um grupo de
ilhas que não guardam as tradicções ma-
ternaes; não velam o rosto, dançam coro
os homens, fazem toda sorte de travessu
ras neste genero, sem que por isso se pre-
occupe o esposo.
Depois de expôr ¿os curiosos dados que
antecedem, reconhecemos com o leitor —
que já não haverlá in mente — que
em qualquer paiz da Eiuropa abundam
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Principes javanezes em traje nupcial.
esposos como os do norte de Borneo...
Se ísso decae todos os dias em todos os
paizes, não é por degeneração de raças,i
mas pela crescente carestia, que do modo
que vae seguindo apenas permittirá dentro
de pouco tempo aos potentados manter um
só lar.
Então o donjuanismo dourado não pode
rá competir com os verdadeiros conquista
dores, que, sem o poderoso recurso eco
nómico, saberão achar sempre em qualquer
logar paragens semelhantes ao norte de Bor
néo mo que se refere ás complacencias femi-
njnas desde que não exijam a insustelhfavel
carga dos làços matrimoniaes.
TERÃO VOZ AS FORMIGAS?
Sir John Lubbock procedeu a varias ex
periencias para averiguar se as formigas dis
punham ou não de voz.
Uma tarde, conta elle, passando perto dum
formigueiro, pisou uma formiga qu®, devido
á moTleza do chão, não morreu logo e co
meçou a agitarle nas convulsões da dôr,
da agonia, talvez.
A entrada do formigueiro estava deserta e
nenhuma companheira se achava perto da vi
ctima. E 1 é de crer que esta soltasse um grito
angustioso, pois immediatamente uma formiga
sahia a toda a pressa do ninho e corria
ao logar onde estava a enferma. Appro-
ximou então a cabeça da cabeça da outra,
com ella sustentando como que um curto
dialogo; depois, partiu alarmada, entrou no
formigueiro e, passados alguns momentos,
voltava, com dez ou doze companheiras.
Chegadas onde estava a deente, todas se
acercaram e a examinaram, para a reco
nhecer ; e, por fim, com o maior cuidado,
a carregaram para o formigueiro.
Diz sir John Lubbock que, tendo feito
varias experiencias do mesmo genero, em.
quasi tooas obteve resultados idênticos; e
por -isso não acha temerario dizer-se gpie
as formigas têm voz e se entendem entre si.
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