Full text: 1.1915,2.Jun.=Nr. 1 (1915000101)

SELECTA 
ses e dos homens » ; os sectarios de Zoroastro espe 
ram a vinda de Saoshyant, « o Salvador » ; e os Ma 
hometanos, o advento de um outro propheta de AUah 
para o qual já preparam um tumulo em Medina, junto 
do de Mahomet; na Persia, Imam Mahdi, que em 
940 A. C. desappareceu da presença dos homens, 
espera, na mysteriosa cidade de Jabulka, o momento 
em que a fé predominando entre os homens, possa 
voltar para encaminhal-os para Deus. 
Qous archipelagos 
$em dono 
* é 
Existem no mundo dous ar- 
chipelagos sem dono, e por 
urna curiosa coincidencia, ha 
pouco tempo, duas confe 
rencias internadonaes trataram de regularisar a sua 
sorte. Emquanto em Londres - conta o Journal - in- 
glezes e francezes se esforçavam por substituir por 
um regimen normal a anarchia das Novas Hébridas, 
no Padfico, em Christiania, os reprezentantes de nove 
Estados, trabalham para dotar o Spitzberg — o conhe 
cido archipelago ártico — de estatutos. A cousa não 
é fácil, e de facto duas conferendas anteriores, em 
1910 e era 1912, não conseguiram o intento. 
O Spitzberg poderia ser reivindicado pela Russia, 
pela Noruega ou pela Suecia a titulo de dependencia 
geographica. Mas felizmente todos os Estados estão 
de accordo no desinteresse a respeito da soberania 
sobre as ilhas do Spitzberg. 
Em outros tempos seria motivo para guerra, tanto 
mais que as ilhas do Spitzberg não são simples ex 
tensões de gelo. O despovoamento dos mares obri 
gando os pescadores a adiantarem-se para o norte, 
fez descobrir que esses mares são riquíssimos de 
peixes e, pelo outro lado, existem nas ilhas importan 
tes jazidas de carvão, o que é motivo mais que sufi 
ciente para despertar o interesse dos poderosos. A 
mais grave dificuldade, dado o desinteresse acima 
mencionado, está na escolha de um regimen admi 
nistrativo pratico. E’ este o escolho sobre o qual nau 
fragaram as conferencias precedentes, 
Russia, Suecia, Noruega, Allemanha, Dinamarca, 
Estados-Unidos, Grã-Bretanha, França e Hollanda 
reprezentaram-se na conferencia. 
Para as Novas Hébridas, já sob a gerencia de urna 
Commissão mixta de officiaes de marinha inglezes 
e francezes, o accordo será mais fadl. 
•é 4t 
i]mores O amor cegó, fanático por lady Hamil- 
0o ItekAn ton 0CCU P a 431140 espaço na vida priva- 
ve utis>vii da de Nelson que até se chega a esque 
cer que elle teve uma mulher legitima, 
que casou por amor com Fanny Nisbet, viuva de um 
doutor e que com ella viveu em terna união até Se 
tembro de 1798, quando o grande almirante cahiu ñas 
redes da bella aventureira mulher de sir William Ha 
milton, ministro inglez em Nápoles. E cahiu com urna 
ingenuidade, com uma simplicidade pueril que se 
revela maravilhosamente na correspondencia inedita 
com a mulher, comprehendendo 232 cartas, que está 
para ser vendida em Londres e com a qual se occupa 
longamente o Daily Telegraph. 
Voltando a Nápoles depois da batalha de Aboukir, 
Nelson allí foi recebido por lady Hamilton com urna 
mise en scéne requintada: barcos enfeitados de flores 
e bandeiras, etc. 
Lady Hamilton subiu correndo a escadinha de bor 
do e gritou: 
— « O’ Deus, é possivel ? » (alludindo á victoria) 
«ella cae nos meus braços — conta Nelson á mulher 
— mais morta do que viva.» 
Uma crise de lagrimas vem depressa restabelecer 
o seu equilibrio. 
SUPPLEMENTO 
Alguns dias depois, outra manifestação theatral 
pelo anniversario de Nelson (29 de Setembro). Con 
tava o almirante á mulher que Lady Hamilton tinha 
mesmo acrescentado uma estrophe em sua honra ao 
hymno nacional Qod save the King e transcrevia-a : 
« Cantemos o nome do grande Nelson, no alvorecer 
da sua fama, entoemos louvores a elle e honra á terra 
británica...» 
Em fins de 1800 lady Nelson cançou-se de ouvir 
o panegyrico da rival e rompeu toda a relação com 
o marido. 
Mas o anno seguinte — e isto se ignorava — pediu 
insistentemente que voltasse. Nelson devolveu-lhe a 
carta com esta nota: 
«Aberta por engano por lord Nelson, mas não 
lida.» 
êt é. 
0 aeroplano 
&o fuftiro 
Em Philadelphia, onde os electricis 
tas americanos se reuniram em con 
gresso, o famoso inventor Edison 
exprimiu a firme convicção que o 
modelo a seguir na construcção da machina voadora, 
mais pesada do que o ar será o da abelha industriosa, 
de preferencia ao do mosquito indolente. 
* Precisamos — disse Edison, fallando com grande 
animação — de uma machina voadora com azas mo 
vediças e que estas azas possam bater o ar com a 
velocidade de 200 golpes por minuto. Dêm-nos uma 
machina construida com os mesmos principios que 
regulam o vôo da abelha, cujas azas batem o ar 200 
vezes por segundo, e então o mundo possuirá emfim 
uma verdadeira machina voadora mais pesada do que 
o ar. » 
Edison acrescentou também que trabalha desde 
algum tempo na solução de um novo problema, isto 
é, o de livrar directamente a electricidade do carvão 
e espera conseguil-o muito breve. 
Discorrendo sobre as suas invenções, Edison acres 
centou que está aperfeiçoando um cinematographo 
fallante, que não^ ficará satisfeito senão quando tiver 
conseguido pôr á disposição do proletariado do mun 
do inteiro alguma opera lyrica pelo preço de quatro 
soldos a entrada. 
* * 
líumismalica a Sociedade Americana de Numis 
mática espoz, ha pouco, em New- 
York, diversos typos de moedas creados pelos revo 
lucionarios mexicanos. Estes últimos tinham á sua 
disposição minas de prata mas não tinham nem casa 
da moeda, nem instrumentos para cunhar. Conten 
taram-se pois em fabricar com instrumentos primi 
tivos, em Parral, no Estado de Chihuahua, moedas 
ainda mais primitivas do que os instrumentos usados. 
As moedas de prata de uma piastra e de meia 
piastra e as de cobre de dous centavos que figuram 
na Exposição da Sociedade Americana de Numismá 
tica, são certamente as moedas mais grosseiras que 
têm sido cunhadas nos nossos tempos em paizes ci- 
vilisados. 
A piastra revolucionaria tem as mesmas dimensões 
e o mesmo peso do dollár mexicano, mas traz n’uma 
face a inscripção: II — del Parral — 1913, no centro 
de uma corôa; na outra face está a indicação do va 
lor: 1 peso. 
A meia piastra traz de um lado os dizeres: fuerzas 
constitucionistas 1913, com um barrete phrygio e uma 
corôa. No outro está indicado no centro de uma 
corôa, o valor de 50 centavos e a data 1913. 
Mas a mais curiosa é a moeda de 2 centavos para 
a fabricação da qual os revolucionarios se serviam dos 
fios de cobre arrancados aos conductores aereos dos 
bondes. 
Dr. Dulcamára.
	        
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