Full text: 1.1915,14.Jul.=Nr. 7 (1915000107)

A FORÇA E A GRACA 
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. . A FESTA DA GLORIA 
Ass, m se chamou a . so.rée . dada no palacio do Trocadéro, em París, aos feridos em convalescença 
nos hospitaes da capital. v 
A força e a graça: duas virtudes que só os latinos conseguem reunir e entre os 
atinos, os que mais frequentemente o conseguem são indiscutivelmente os Francezes 
Um conhecdo publicistai francez dá, no artigo a seguir, uma impressão do discurso 
do Sr. Viviam, chefe do Governo francez, pronunciado durante uma festa que se realizou 
hospitees d e e r °Pa°rif mZ ^ Vert ' r 6 reconfortar os fer!dos em tratamento nos 
oi uma nobre e tocante manifestação. A 
sala do Trocadéro estava cheia. Tres mil 
feridos allí estavam sob as vistas mater 
nas das enfermeiras, contentes na pers 
pectiva do prazer que elles iam experi 
mentar. E’ preciso dar-se, de vez em 
quando, uma hora de repouso aos bra- 
Ihes • V0S ' mais i,lustres artistas de París 
tes f ,. aziam bellos cantos e bellos versos. Mas, an- 
vra e 3 , lhes 0 Presidente do Conselho ; sua pala- 
os di Xaltando a bravura passada e a coragem para 
Poétas S n n o 0Ur °- S ’- P re P arou ' os a ouvir a voz dos 
calor U Sr ‘ Viviani ® muito eloquente. Tem o 
dor a ° rythmo > duas qualidades máximas do ora- 
c °rria A e , moça ° 1 ue ,° empolgava e o frémito que 
Rrana , a assem bléa, elevaram-no a rasgos de 
Ach 6 ° quencia - 
^ento ° U P a ^ avras Profundas para exprimir os senti 
da p ra S que transbordavam da sua alma. Em nome 
Uto dp nça ’ ^Içbrou a energia, a resistencia, o espi- 
s °tdad Sacddcdo e de solidariedade fratemaes dos 
tez tim°h ca ^’ dos enfrentando o inimigo. Sobretudo, 
borrem re e ^°^ ar os beroes desconhecidos que 
í E SSes sei | n recompensa e, entretanto, sem pezar. 
’ exc lamava elle, não contam receber o salario 
que a fama avara concede tão tarde á memoria dos 
desapparecidos. Elles sabem que o pedestal de mar- 
more, não e senão para raros privilegiados. Sabem 
que a gloria não ¡Iluminará com seus raios cada uní 
d elles em particular. Sabem, que os seus sacrificios 
nrarao anonymos e que a sua morte será ignorada». 
Que cousa os sustenta na dura provação ? Um su 
blime pensamento, que o Sr. Viviani analysou em 
termos delicados e fortes. «Elles sabem, tambem que 
a vida não e o bem supremo, que o bem supremo 
para o homem e a honra e para um povo a inde 
pendencia. Sabem que, por elles, a patria reunirá os 
seus tilhos no territorio augmentado. E vão radian 
tes os olhos erguidos para a visão do seu sonho». 
i empestades de applausos saudaram essas phra- 
zes enthusiasticas e provaram que seu sentido tinha 
sido comprehendido. 
Descreveu bem, com effeito, o estado d’alma dos 
homens que, desde perto de um anno, executam 
um labor sobrehumano e rehabilitam o seu paiz tão 
calumniado. Soffrem e alegram-se por offerecer esse 
seu soffnmento. A fé que julgaram extincta, reani- 
ma-se nelles e os inflamma. Julgavam-se mal e 
faziam com que fossem mal julgados. Como censu 
rar aos Allemâes o não lhes fazerem justiça, pois se
	        
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