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a FRONTEIRA DO BRASIL CDM □ URUGUAY
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* . A
LIVRAMENTO
cidade de Sant’Anna do Li-
* ■vramento, como se ve na nossa
gravura, está situada quasi so
bre a linha divisoria do Brasil e do
Uruguay e apenas a algumas pou
cas dezenas de metros da flores
cente cidade uruguaya de Rivera. A
sua situação geographica é, exacta
mente, de 30 o , 53’ 13” de latitude
sul e 55 o 50’ 30” de longitude de
Greenwich. A sua população urbana
orça hoje por cerca de dez mil al
mas. A fundação de Sant’Anna data
dos tempos coloniaes, sendo, já en
tão, um emporio de commercio ter
restre relativamente importante,
dada a sua posição em uma linha
equidistante entre Montevideo e a
região serrana, de onde recebe, em
transito, o fumo, o alcool, a herva
matte e outros artigos da produc-
çâo regional.
De urna monographia publicada
ha annos por um publicista local
que estudava, por esse tempo, a
questão do contrabando nas nossas
fronteiras do sul, extraíamos os da
dos a seguir, que demonstram clara
mente a importancia da cidade do
Livramento sob o ponto de vista do
commercio e do intercambio entre
a nossa e a Republica Oriental do
Uruguay:
— « Assentada nos contrafortes
da Serra de Sant’Anna, ramo sudo-
estal da Cordilheira Geral, o Livra
mento é o inter
posto antiquíssimo
da Estrada secular
que, partindo de
Montevideo e da
Colonia do Sacra
mento se interna no
Estado, abrindo um
ramal á direita pela
linha, para Bagé,
outro a leste para
D. Pedrito, outro a
oeste para Quarahy,
Alegrete e Uru-
guayana, e cujo
tronco, segue rumo
do norte, atravez
dos municipios do
Livramento, Rosa
rio, S. Gabriel, Santa
Maria da Bocea do
Monte, S. Martinho,
Passo Fundo, Cruz
Alta, Palmeira.
Vadea o Uruguay
no passo Goyen, na
confluencia do rio Fasso . ¡¡g
passando ao territorio do Es
Paraná e se prolonga pel a L^Ji-
do Xanxerê, a leste da coL a pal'
tar, atravessando o CamP 0
■■■■■■fin!!
° a vista, ríos Chopim, Iguas-
3bt e ° Se rtâo de Guarapuava, onde
e co’ne e , ste > um galho para Curityba
filtoo * nua se mpre, mais ou menos
0rte > até Sorocaba, em São
si ,
0 antigo e o novo marco divisorio da fronteira p.. L‘ ;
da recente visita do Clianoeller.brasi
lileir»
mun >eipio de Livramento, inaugurado por occasiao
e Publicasdo Uruguay, Argentina e Chile.
RIVERA
Paulo, a cuja feira, os antigos mulu-
deiros dos tempos coloniaes iam,
como os trepeiros da actualidade,
levar tropas de muares, destinados
á capital paulista e ao serviço urba
no da velha Corte
dos vice-reis, como
hoje ainda a Capital
Federal procura,
naquelle afamado
mercado paulista, os
muares de proce
dencia rio-gran-
dense, uruguaya e
entreriana que fize
ram esse longo tra
jéete.
Observado at-
tentamente esse
complicado systema
de vias de commu-
nicaçâo, ver-se-á
que todas aprovei
tam as elevações do
sólo, evitando as re
giões alagadas ou
muito cortadas de
fortes rios, cujos pas
sos, desprovidos
ainda hoje, de pon
tes, só em épocas
de seccas dão váu, e os percursos
se fazem, como ha cem annos, pelo
mesmo systema e costumes que obri
ga trinta ou quarenta carretas a es
perar á beira de um rio, tempo sem
conta, até que, diminuindo as aguas,
o passo permitía passagem !
Por estas razões, a velha estrada
que acabamos de descrever tornou-
se via obrigatória do commercio ter
restre, por aproveitar as condições
geographicas do solo, facilitando-lhe
o trafego, que em todo o percurso
linear, de mais de 400 leguas de
Montevidéo a Sorocaba, quasi em
linha recta, atravessa sómente cinco
rios, em passos servidos, desde tem
pos remotos, por balças que são
verdadeiras pontes fluctuantes. Es
ses passos são : no Rio Grande do
Sul, o do Ibicuhy; no Paraná, o do
Uruguay, do Chapecó e do Yguas-
sú; em S. Paulo, o do Itararé ou
Paranapanema,
No Rio Grande do Sul, esta es
trada, tronco de uma rede multi
forme que, em zig-zags e curvas
caprichosas, enlaça todas as locali
dades centraes, abrindo braços em
todos os rumos, em todas as direc
ções, ao subir, numa quebrada da