Full text: 1.1915,11.Aug.=Nr. 11 (1915000111)

SELECTA 
pos, tresv r airada, bradando por suppostos 
vassailos que lhe houvessem fugido. Ao 
amanhecer, entrava nas aldeias, fallando 
uma linguagem que ninguém antes ouvira. 
Dizia ser rainha em Thule, e andar bus 
cando o esposo que se perdera na montaria. 
O seu rei devia estar perto, que se ouviam 
d’alli fanfarras de caça, e pudera seguir no 
ar os falcões dos seus pagens. 
Mas vae que os pastores vendo-a tão 
bella, cahidas as tranças nos hombros, cho 
ravam-lhe o juizo perdido. 
Iam acordando os bosques ao echo das 
suas queixas amorosas, e por valles, monta 
nhas, promontorios e rochedos, seguiam-n’a | 
devagar as ovelhas brancas, extenuadas mas 
fieis, na esperança de, com a ternura dos] 
seus balidos, arrancarem esse pobre espirito I 
ás phantasmagorias do encantamento. Emj 
balde porém vão ellas seguindo a pobre I 
louca! Que se o rei de Thule atirou ao mar I 
a taça, do varandim rendilhado, foi parai 
que ninguém mais, bebendo por ella, viesse I 
a conhecer os segredos d’aquelle amôr del 
bailada, feito de suspiros e raios de lúa, r 
perfumes de larangeira, e baques de coração j 
espesinhado. 
Fialho d’Almeida 
A MAGIA IDEAL 
O theaíro que nós sonhamos é um singular 
theatro. Vagalumes fazem ás vezes de lampadas; 
um escaravelho batendo o compasso com suas 
antenas, está no estrado; o grillo faz parte da 
orchestra ; o rouxinol é primeira flauta; pequenos 
sylphos, sahindo das flores de ervilha, seguram os 
rabecões de casca de laranja entre as suas lindas 
pernas mais brancas que o marfim e passam bra- 
ceiamk -- - 
ICLASSIC I 
de uma torre. Cidades cheias de pyramides, deI 
campanarios, de zimborios, de arcadas e de ram-l 
pas são dispostas sobre as collinas e miram-se nosl 
lagos de crystal; grandes arvores de folhas largí s >| 
caprichosamente recortadas pela tesoura das f ? -'l 
das, cobrem profundamente os troncos e os galhqsl 
para servirem de bastidores; as nuvens do ceol 
amontoam-se sobre as suas cabeças como flocosi 
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