SELECTA
desse provar a Lady Jocelyn quem
era o finono que se dizia seu noi
vo. E dia após dia, com ventos
propicios, seguiam os dois vellei-
ros nessa viagem de aposta que de
veria terminar ao cabo de mezes.
com a chegada á ponto do Pharoí
de Boston.
Desde a partida do porto de Foo-
Chow, que o navio inglez se pu-
zera na frente, mantenado sempre
a sua deanteira. O Yankee Clipper
seguia-o a umas vinte e cinco mi
lhas de differenga, na esperança
de alcançal-o e mesmo batel-o an
tes do termo final da viagem.
Para infelicidade do barco ameri
cano, eis que se levanta um grande
temporal. Varrido pelo vento, er
gue-se o mar em verdadeiras mon
tanhas liquidas. Livre já da zona
dominado pela tempestade, segue
o brigue inglez a ganhar cada
vez mais, maior distancia do seu
intrépido competidor.
Passada a procella, porém, des
cobre o mestre do navio que quasi
toda a agua potável existente a
bordo tinha-se perdido por um bu
raco feito na pipa de deposito.
Torturada pela sêde, revolta-se
grande parte da tripulação, mas
dominado o motim é verificado
que o furo da pipa havia sido obra
de Paulo Devigny com o fito de
causar o levante, viram-se contra
elle os proprios marinheiros, fa
zendo-o pagar caro pela diabólica
artimanha.
Depois de tremendo esforço,
abertos todos os pannos, descobriu
o Capitão do Yankee Clipper o ve
leiro inglez a singrar o mar a
umas quarenta milhas de deantei
ra. Foi então que começou a ver
dadeira lucta pela victoria. Todos
os homens de bordo, a trabalhar
horas dobradas, porfiavam por
vencer a distancia que os separava
do outro. Cahira a noite e ao ama
nhecer do dia seguinte, para ale
gria de todos, estava o brigue com
petidor á altura de um tiro de
flecha. O porto de Boston ficava
ao alcance da vista. Seria apenas
uma questão de bons ventos e
mais um pouco de esforço! Por
fim eil-os que navegavam prôa a
prôa! Um brado unisono, a bordo
do veleiro yankee, estrugiu de
todas as gargantas, — estava con
firmada a victoria das quilhas na-
cionaes! Ganhara a aposto o Ca
pitão Yankee!
■ « ■
AMIGOS ACIMA DE TUDO - Conclusão
,-jaquelia noite em que Se reunia
toda a vizinhança, para o jantar
dos ^sponsaes de Dick e Jeanne,
elle fez viv as autoridades do lo
gar, um dos arrabaldes da cidade
de Worcêáter, em Luisiania. Era
o escándalo, mas era para Harry
a volta ao mundo e á propriedade.
O escándalo fôra, na realidade,
formidável, o delegado, que co
nhecia Dick, daquelles dias, não
queria acreditar na denuncia de
Harry mas, instado, resolve-se a
uma verificação. É qu e nessa de-
'huncia estava a identidade do in
truso: — John Smith, o matador,
que havia fugido da penitenciaria,
I
W
< /
Hé& . ,
Um idyllico rom-nüco.
, *
i a
*m
M
O cbinez era sabido.
facto de que toda a imprensa Be
occupára, havia alguns mezes . . .
A verificação seria fácil, pois o
matador” tinha uma grande ta
tuagem no braço esquerdo, repre
sentando o sol e a lua. Dick tem
de arregaçar a manga • . . Todos
seguem com ansiedade o s¡eu ges
to, mas eis que o braço súrge lim
po e claro, sem um risco. A /de
nuncia era falsa.
Mas então, quem era elle, pois
que Harry exhibia também a ¡'.pro
va do inquérito feito, após o >nau
fragio, cm se encontrára na praia
um corpo já e *n decoposição, mas
com as roupas e documento^ 1 -de
seu primo ?
Chegára a vez da explicação.
Richard, pois que na realidade era
elle proprio, antes de embarcar
para 0 Oriente, de São Francisco,
sahira a fazer uma digressão pe-
l{is montanhas da California. Em
uma noite de temporal elle se viu
inopinadamente atacado por Um
homem, que tinha as roupas da
penitenciaria, e elle o prostrára
com uma pancada na cabeça.
Quando acordara, estava em uma
cabana, cuidado por dõiSí. homens,
esses dois camaradas a quem elle
se afeiçoara, resolvendo-se a : fa
zei-os voltar para o caminho do
bem. O bandido que o atacãra, e
que era sem duvida John Smith,
;i]'i oveitára os seus documentos e
passagem comprada 9 embarcara.
Fôra o Jeu corp 0 que o mar res
tituirá á praia, após o naufragio...
Que os amigos haviam sè rege
nerado, não havia duvida, põi*
que 0 lemma “Amigos acima d©
tudo” servira para Dick contel-ofc
sempre, e elles se tinham reve
lado almas boas. Ficava fiador
dos seus”actós,' para que a policia
cs deixasse em paz.
Para Jeanne nada que se pas
sou era surpreza. O seu coração
j.Amais a enganara.