Full text: 2.1923=Nr. 4 (1923000204)

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PELO MUNDO... 
AS PALAVRAS Que mysteriosa e sur- 
prehendente existencia 
a das palavras. E como é differente da nossa ! 
E quanto é mais bella! 
Nós nascemos sem saber porque, depois de 
termos sido desejados um momento, e a maio 
ria dos homens morre sem que tenhamos com- 
prehendido a razão da sua passagem na terra. 
Tal não acontece ás palavras. 
As palavras não vêm ao mundo senão quan 
do se tem absoluta necessidade delias. Nascem 
num segundo e notamos de repente que ellas 
são indispensáveis e perguntamos a nós mes 
mos como pu 
demos passar ■ No mundo 
sem ellas tan 
to tempo. 
Mas, se por 
acaso nos en 
ganamos, se 
fazemos nascer 
uma palavra que 
não era real 
mente necessá 
ria, se, tendo- 
no s utilizado 
delia alguns 
dias, veriflca- 
m o s que é 
i n o pportu na , 
logo passa de 
moda, não pen 
samos mais nel- 
la e acaba des- 
appa recendo 
completamente. 
Infelizmente, 
não se dá o 
mesmo com os 
homens, e não 
está perto o 
tempo em que 
se poderá sup- 
primir os sêres 
cuja utilidade 
não esteja bem 
provada. 
As palavras 
têm uma vida 
infinitamente 
longa, compara 
da á dos huma 
nos. E não são 
as palavras mais 
empregadas que 
morrem mais ra 
pidamente. Não. 
Bem ao contra 
rio. 
As palavras 
não morrem de 
velhice ; é bello 
mentonão 
lavra recem-nascida, e é por isso que se espera 
que ella attinja a maioridade para dar-lhe os 
fóros de naturalisação. 
Faz-se a naturalisação na presença de qua 
renta senhores que em geral são em numero 
de trinta e oito, e que usam o nome e a ca 
saca de acadêmicos. 
Mas a existencia das palavras não está isenta 
de cuidados. 
Algumas têm uma vida terrivel. 
E acontece, ás vezes, empregarem-se umas 
pelas outras. 
das estrellas ■■■ s\chaguitry. 
ü 
4# 
1 
..-The bat”, o m Londres 
Mi.» Nora Swinbiirne, no papel de Mi.. Date Ogden en. .The bat- peça de 
intensa dramaticidnde e de .¡Inações empolgante., enbib.da no fhealro de St. 
James, de Londres. 
isso. Morrem no esqueci- 
„„„ servindo mais, desapparecem. 
Que lição ellas nos dão! «Para ellas não ha 
enterro» 1 . , 
Nunca se annuncia, com effeito, a morte ae 
uma palavra velha. 
Ao passo que o nascimento de uma nova pa 
lavra é um verdadeiro acontecimento. 
Todos a experimentam, divertem-se com ella, 
anda de bocea em bocea. . 
Mas a gente séria ou que faz profissão de o 
ser, acolhe, entretanto, com desconfiança, a pa- 
Alguns pensamentos 
de Franklin 
A ociosidade 
é como a ferru 
gem : consome 
mais que o tra 
balho; uma cha 
ve de que todos 
os dias nos ser 
vimos, anda 
sempre polida e 
limpa. Se amaes 
a vida, não des 
perdiceis o tem 
po, que é a teia 
da existencia. A 
preguiça tudo 
diíficulta, o tra 
balho tudo faci 
lita. Quem se le 
vanta tarde re 
mexe-se todo o 
dia, e apenas 
começa o que 
tem a fazer 
quando já é noi 
te. A preguiça 
caminha tão de 
vagar que a po 
breza a alcança 
logo. Dae impul 
so aos vossos 
negocios,nãose- 
jam elles os que 
puxem por vós. 
Deitar-se ce 
do e madrugar 
são elementos 
para adquirir 
saude, fortuna e 
saber. 
Um officiome- 
chanico equiva 
le a um patrimo 
nio em terras: qualquer profissão é um empre 
go em que cabem honra e proveito. 
A actividade é a mãe da prosperidade. Deus 
nada recusa ao trabalho. Arae a terra emquan- 
to o preguiçoso dorme e tereis trigo que ven 
der e que guardar. A agua cahindo gotta a gotta 
afinal escava a pedra; com trabalho e pacien 
cia um murganho róe uma amarra; e pequenos 
golpes amiudados abatem corpulentos carva 
lhos. Se quereis concluir o vosso negocio, ide 
em pessoa tratal-o ; se não quereis vel-o ajus 
tado, tnandae outrem.
	        
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