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PELO MUNDO...
AS PALAVRAS Que mysteriosa e sur-
prehendente existencia
a das palavras. E como é differente da nossa !
E quanto é mais bella!
Nós nascemos sem saber porque, depois de
termos sido desejados um momento, e a maio
ria dos homens morre sem que tenhamos com-
prehendido a razão da sua passagem na terra.
Tal não acontece ás palavras.
As palavras não vêm ao mundo senão quan
do se tem absoluta necessidade delias. Nascem
num segundo e notamos de repente que ellas
são indispensáveis e perguntamos a nós mes
mos como pu
demos passar ■ No mundo
sem ellas tan
to tempo.
Mas, se por
acaso nos en
ganamos, se
fazemos nascer
uma palavra que
não era real
mente necessá
ria, se, tendo-
no s utilizado
delia alguns
dias, veriflca-
m o s que é
i n o pportu na ,
logo passa de
moda, não pen
samos mais nel-
la e acaba des-
appa recendo
completamente.
Infelizmente,
não se dá o
mesmo com os
homens, e não
está perto o
tempo em que
se poderá sup-
primir os sêres
cuja utilidade
não esteja bem
provada.
As palavras
têm uma vida
infinitamente
longa, compara
da á dos huma
nos. E não são
as palavras mais
empregadas que
morrem mais ra
pidamente. Não.
Bem ao contra
rio.
As palavras
não morrem de
velhice ; é bello
mentonão
lavra recem-nascida, e é por isso que se espera
que ella attinja a maioridade para dar-lhe os
fóros de naturalisação.
Faz-se a naturalisação na presença de qua
renta senhores que em geral são em numero
de trinta e oito, e que usam o nome e a ca
saca de acadêmicos.
Mas a existencia das palavras não está isenta
de cuidados.
Algumas têm uma vida terrivel.
E acontece, ás vezes, empregarem-se umas
pelas outras.
das estrellas ■■■ s\chaguitry.
ü
4#
1
..-The bat”, o m Londres
Mi.» Nora Swinbiirne, no papel de Mi.. Date Ogden en. .The bat- peça de
intensa dramaticidnde e de .¡Inações empolgante., enbib.da no fhealro de St.
James, de Londres.
isso. Morrem no esqueci-
„„„ servindo mais, desapparecem.
Que lição ellas nos dão! «Para ellas não ha
enterro» 1 . ,
Nunca se annuncia, com effeito, a morte ae
uma palavra velha.
Ao passo que o nascimento de uma nova pa
lavra é um verdadeiro acontecimento.
Todos a experimentam, divertem-se com ella,
anda de bocea em bocea. .
Mas a gente séria ou que faz profissão de o
ser, acolhe, entretanto, com desconfiança, a pa-
Alguns pensamentos
de Franklin
A ociosidade
é como a ferru
gem : consome
mais que o tra
balho; uma cha
ve de que todos
os dias nos ser
vimos, anda
sempre polida e
limpa. Se amaes
a vida, não des
perdiceis o tem
po, que é a teia
da existencia. A
preguiça tudo
diíficulta, o tra
balho tudo faci
lita. Quem se le
vanta tarde re
mexe-se todo o
dia, e apenas
começa o que
tem a fazer
quando já é noi
te. A preguiça
caminha tão de
vagar que a po
breza a alcança
logo. Dae impul
so aos vossos
negocios,nãose-
jam elles os que
puxem por vós.
Deitar-se ce
do e madrugar
são elementos
para adquirir
saude, fortuna e
saber.
Um officiome-
chanico equiva
le a um patrimo
nio em terras: qualquer profissão é um empre
go em que cabem honra e proveito.
A actividade é a mãe da prosperidade. Deus
nada recusa ao trabalho. Arae a terra emquan-
to o preguiçoso dorme e tereis trigo que ven
der e que guardar. A agua cahindo gotta a gotta
afinal escava a pedra; com trabalho e pacien
cia um murganho róe uma amarra; e pequenos
golpes amiudados abatem corpulentos carva
lhos. Se quereis concluir o vosso negocio, ide
em pessoa tratal-o ; se não quereis vel-o ajus
tado, tnandae outrem.