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PELO MUNDO...
Outras ruas eram largas e intercepta
das aqui e ali por pórticos cobertos de
telhados; eram outrora separações que
indicavam o limite dos bairros, e que
cada noite se fechavam regularmente.
Mas este costume já se tinha perdido.
Uma multidão activa animava as
ruas. Havia vehículos, mas não produ-
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Evocava, senão pela sua fórma, ao
menos pelo seu principio, a garrida ca
deirinha do século XVII.
Um grande rio, o Sumida-Gava, atra
vessava a cidade.
Seguindo o seu curso, chegava-se á
bahía, onde estavam amarradas numero
sas barcas de pescadores.
MASCARAS UTILIZADAS NO THEVTRO JAPONEZ
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4. Bosatsu (século IX)
5. Velha (em lacea vermelha. Século VIII) 6. Velho (século XVlll)
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7. Demonio (século ( /M) S. II * u íh isvists lo (reculo XVIII) 9. Demoniofs.culo XII) 10. Demonio feminino (século XVII)
ziam o barulho das grandes cidades eu-
ropéas.
Em Tokio, quasi todos os vehículos ■
eram puxados por homens, e não vai
longe o tempo em que existia apenas um
miserável coche, tirado por um só__ca-
vallo, que recebera o nome pouco glo
rioso de Kosita-Chacha, quer dizer,
“carro de mendigo”.
Mas o systema de locomoção mais
bonito e • commodo era, sem duvida, o
Norimono, preciosa carruagem de lacea,
forrada de delicadas sedas com borda
dos, e terminada, em sua parte superior,
por longos varaes, que repousavam sobre
os hombros dos numerosos servos.
Todos os dias estas barcas subiam o
canal, trazendo para o mercado peixes
itão raros quanto variados; as trutas, dou
rados, salmões e cavallas se encontravam
ali, embora um pouco differentes no as
pecto e tamanho.
Viam-se também enormes polvos, crus
táceos e mariscos de todo o genero, e até
algas comestíveis. Os commerciantes fa
ziam com elles mostruários attrahentes
de cores vivas, que iam desde o rubi es
curo até á esmeralda pallida.
Quasi tudo desappareceu num mo
mento, e a ruina, o incendio e a pilha
gem reduziram a nada uma das cidades
mais typicas e originaes que existiam no
mundo.