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PELO MUNDO...
iTi FAÇANHAS DE AVIADORES
O aviador francez que encheu o mundo
de admiração, voando entre as arcadas do
Arco do Triumpho, devia, sem duvida, es
timular os outros. Todos os pilotos, um
pouco por todos os paizes, sonhavam de
igualar este audacioso rasgo de coragem, de
um modo ou de outro e, desde esse dia, os
ares ficaram cobertos de acrobacias aerias.
Algumas semanas depois, com effeito, um
aviador inglez, voando sobre o Tamisa, a
pouca altura, passava entre o duplo passa
diço da famosa Tower Bridge, ou ponte da
Torre, de Londres. Em seguida, foi o francez
Frombal que, em tres horas, «boucla la bou-
ele» seiscentas e vinte e quatro vezes se
guidas.
Chegou então a vez de um aviador do
exercito suisso, que apostou que faria a
aíterrisage numa geleira dos Alpes. Esta
vez, o negocio acabou mal. Em vez de entrar
levemente em contacto com o gélo, o appa-
relho partiu-se, e este accidente poderia to
mar maior vulto, porquanto produziu-se ape
nas a alguns metros distante de um precipi
cio que enterraria para sempre o imprudente
e o seu apparelho.
Urna das brincadeiras dos aviadores norte
americanos, é «p Vóo em plena rua», a al
guns metros do solo, raspando a cabeça dos
transeúntes e o tlecto dos vehículos. O gran
de chic é aterrar em seguida em qualquer
logar, numa praça ou num jardim. Mas
outro dia aconteceu, em Clagarry, em Al-
berta, que um piloto, tendo feito mal os seus
cálculos, desceu sobre o tecto de um car-
rousel. A machina estava a tpda a velocida
de, e nada foi mais interessante do que o
desapontamento do aviador: — elle não ficou
ferido; mas os dichotes da multidão feriam
o seu amor proprio emquanio elle voltejava
velozmente sobre o dmerry-go-round».
— A coróa da Hungría —
=M mi iii i i:
A guerra desthronou muitos monarchas,
mas duvidamos que as suas coroas conheçam
maiores aventuras que a famosa coróa de
Sto. Estevão da Hungria, iq'ue é a coróa dos
antigos reis desse paiz.
Ha alguns mezes, com effeito, annunciava-
se que o governo húngaro actual pretendia
pôr á venda esta coróa, e que a deixariam
ir pela bagatella de cincoenta contos de réis.
Se levarmos em conta que a coróa de Sto.
Estevão é completamente de ouro massiço,
e que é ornada de cincoenta e ti es saphiras,
mi
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*
de cincoenta rubis e de 138 perolas, esse
preço é verdadeiramente irrisorio.
Ora, a joia húngara vale mais ainda pelo
interesse histórico, pelo interesse da curiosi
dade. Acreditareis que já serviu de prato e
que uma criancinha lá comeu a sua papa ?...
A coróa de Sto. Estevão, que tem mais ou
menos o formato de urna marmita ou de um
capacete, foi offerecida em 1072 a Geisa,
que era então o primeiro duque da Hungria,
e cuja linhagem deveria e!evar-se até ao
throno.
Foi em 1439 que o incidente ao qual
acima fazemos allusão, teve lugar. O rei