Full text: 3.1924=Nr. 1 (1924000301)

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PELO MUNDO... 
iTi FAÇANHAS DE AVIADORES 
O aviador francez que encheu o mundo 
de admiração, voando entre as arcadas do 
Arco do Triumpho, devia, sem duvida, es 
timular os outros. Todos os pilotos, um 
pouco por todos os paizes, sonhavam de 
igualar este audacioso rasgo de coragem, de 
um modo ou de outro e, desde esse dia, os 
ares ficaram cobertos de acrobacias aerias. 
Algumas semanas depois, com effeito, um 
aviador inglez, voando sobre o Tamisa, a 
pouca altura, passava entre o duplo passa 
diço da famosa Tower Bridge, ou ponte da 
Torre, de Londres. Em seguida, foi o francez 
Frombal que, em tres horas, «boucla la bou- 
ele» seiscentas e vinte e quatro vezes se 
guidas. 
Chegou então a vez de um aviador do 
exercito suisso, que apostou que faria a 
aíterrisage numa geleira dos Alpes. Esta 
vez, o negocio acabou mal. Em vez de entrar 
levemente em contacto com o gélo, o appa- 
relho partiu-se, e este accidente poderia to 
mar maior vulto, porquanto produziu-se ape 
nas a alguns metros distante de um precipi 
cio que enterraria para sempre o imprudente 
e o seu apparelho. 
Urna das brincadeiras dos aviadores norte 
americanos, é «p Vóo em plena rua», a al 
guns metros do solo, raspando a cabeça dos 
transeúntes e o tlecto dos vehículos. O gran 
de chic é aterrar em seguida em qualquer 
logar, numa praça ou num jardim. Mas 
outro dia aconteceu, em Clagarry, em Al- 
berta, que um piloto, tendo feito mal os seus 
cálculos, desceu sobre o tecto de um car- 
rousel. A machina estava a tpda a velocida 
de, e nada foi mais interessante do que o 
desapontamento do aviador: — elle não ficou 
ferido; mas os dichotes da multidão feriam 
o seu amor proprio emquanio elle voltejava 
velozmente sobre o dmerry-go-round». 
— A coróa da Hungría — 
=M mi iii i i: 
A guerra desthronou muitos monarchas, 
mas duvidamos que as suas coroas conheçam 
maiores aventuras que a famosa coróa de 
Sto. Estevão da Hungria, iq'ue é a coróa dos 
antigos reis desse paiz. 
Ha alguns mezes, com effeito, annunciava- 
se que o governo húngaro actual pretendia 
pôr á venda esta coróa, e que a deixariam 
ir pela bagatella de cincoenta contos de réis. 
Se levarmos em conta que a coróa de Sto. 
Estevão é completamente de ouro massiço, 
e que é ornada de cincoenta e ti es saphiras, 
mi 
1 
* 
de cincoenta rubis e de 138 perolas, esse 
preço é verdadeiramente irrisorio. 
Ora, a joia húngara vale mais ainda pelo 
interesse histórico, pelo interesse da curiosi 
dade. Acreditareis que já serviu de prato e 
que uma criancinha lá comeu a sua papa ?... 
A coróa de Sto. Estevão, que tem mais ou 
menos o formato de urna marmita ou de um 
capacete, foi offerecida em 1072 a Geisa, 
que era então o primeiro duque da Hungria, 
e cuja linhagem deveria e!evar-se até ao 
throno. 
Foi em 1439 que o incidente ao qual 
acima fazemos allusão, teve lugar. O rei
	        
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