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PELO MUNDO...
O Barão do Rio Branco foi, na Republica, o
vulto culminante da diplomacia.
O presidente dos Estados Unidos, Cleveland,
consagrou em seu laudo o direito do Brasil ás
Missões, e a victoria de Rio Branco provocou
as felicitações de seu antagonista, o ¡Ilustre es
tadista argentino, Dr. Estanislau Zeballos.
O presidente da Suissa deu ganho de Causa
ao Brasil, cujo advogado fôra Rio Branco, na
questão do Amapá.
O caso da Guyana Ingleza, submettido á ar
bitragem do rei de Italia, defendido tambem
pelo Barão do Rio
Branco, recebeu uma
solução satisfactoria.
Se não foram attendi-
das todas as reclama
ções brasileiras,
pelo menos en
trámos na pos
se de uma cer- a
ta paite,
que por
muito
tempo
nos era
dis p u ta-
da.
São tam-
b e m de
Rio Bran
co as vi
ctorias do
Acre, da
lagôa Mi
rim e da
segunda
C o n f e-
rencia de
Haya.
O con-
d o m in io
da lagôa
Mirim e a
nav ega-
ção livre
ao Uru
guay das
aguas da
lagôa e do rio
J aguarão, derru
indo um privi
legio vexatório
que o Brasil ti
nha, representando a
iniciativa liberal do
grande estadista bra
sileiro, foi um aconte
cimento que desper
tou a attenção do Amor,
mundo. A segunda Conferencia de Haya foi
urna das mais ruidosas victorias da diploma
cia do saudoso chanceller, cuja orientação en
controu na magna assembléa de notabilidades
mundiaes o verbo do genial brasileiro Ruy
Barbosa, roí então que o grande representan
te do Brasil destruiu no conclave de Haya o
estalao pelo qual as grandes potencias queriam
medir as soberanias, contando as bayonetas e
os canhoes: Ruy Barbosa foi ahi o defensor
dos pequeninos, sustentando com sua palavra
ma A raV n ° sa ? e 8ualdade das soberanias.
Ao Barao do Rio Branco deve o Brasil vinte
e nove convenções de arbitragem com os prin-
cipaes paizes da Europa, Asia e America.
Como ultima demonstração da diplomacia
brasileira, basta que se cite o reflexo da me
morável conferencia sobre a neutralidade feita
pelo egregio Ruy Barbosa em Buenos Aires : o
genial Brasileiro foi o mais votado para oc-
cupar o posto de representante da Suprema
Córte de Justiça Internacional, em Haya.
A calma do soldado brasileiro — Foi em
Tuyuty, no potreiro Pires.
Um soldado novato
apanhara tres grana
das no campo, de ca
libre grosso, entre as
muitas que, espalha
das em virtu
de do bombar
deio diario, não
haviam detona
do. Com
ellas, or-
g a n i -
zou urna
trompe,
sobre a
qual col-
locou
uma pa-
nella Jun
tou lenha,
ateou fo
go e sen
tou-se ao
lado, es
perando
que a co
mida co
si nhasse.
As gra
nadas en
cerravam
ainda
/ grande
p ro visão
de pólvo
ra hume-
decida
pela chuva ; e o
recruta soprava
calmamente o
fogo, quando foi
atirado longe e
uma grande detonação
se fez ouvir.
Os soldados e ofíi-
ciaes que estavam no
acampamento, a al
guns passos de distan
cia, correram em soccorro do soldado impru
dente, convictos de que o achariam morto. O
recruta, porém, erguendo-se do chão, chamus
cado pela explosão, indagou aos que chegavam :
— Viram se se derramou o meu feijão ?
Querendo zombar de um saloio, pergunta
ram-lhe uns rapazes :
— Qual é a razão por que o teu amo, quando
monta a cavallo não usa mais do que uma espora?
E elle respondeu, deixando-os corridos:
— Por economia... fazendo andar o cavallo
por um lado, o outro lado não fica por andar...
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quanto obrigas