Full text: 1.1922=Nr. 10 (1922000110)

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PELO MUNDO... 
Rio 
Orando 
m 
do SuI 
m 
Quando D. João III doou, em capitanias, o 
territorio do Brasil, as terras do Rio Grande 
do Sul nunca figuraram na partilha fejta pelo 
monarcha portuguez. Nem então, nem depois. 
Parece que essas terras, habitadas por indios 
guaranys, tinham algo de hostil, com suas costas 
extremamente desabrigadas. Porque o Rio 
Grande do Sul apresenta um caracter interes 
sante nesse ponto : suas costas são perfeita 
mente regulares, pouco praticáveis, sem relevos, 
sem saliências ; e no interior dessas costas, 
bordando as aguas das grandes lagoas e lagos, 
o inverso : os recortes profundos, as enseadas, 
os innúmeros cabos... E por espaço de dous 
séculos o Rio Grande do Sul ficou em abandono. 
Só os Jesuítas se abalança 
ram a ir até lá, com uma 
temeridade que não tinnam os 
aventureiros extrangeiros. Os 
religiosos fundaram ahi as 
Sete Missões do Uruguay : São 
Francisco dé Borja, São Nico- 
lau, São Luiz Gonzaga, São 
Lourenço, São Miguel, São 
João Baptista, São Anjo. As 
Sete Missões, depois de lucías 
terríveis, passaram para o do 
minio de Portugal, sob o qual 
ficaram, definitivamente, de 
pois de 1801. Emquanto, po 
rém, os Jesuítas lá se achavam, 
iam os portuguezes ao Rio 
Grande do Sul, travando com 
bates com os- hespanhóes, es 
pecialmente com os da colo 
nia do Sacramento. 
Quanto Francisco Tavora 
governava o Brasil, em 1715, 
determinou que se fizessem 
explorações para o sul, até a 
colonia do Sacramento, afim 
de averiguar se os hespanhóes 
haviam occupado aquelles ter- 
ritorrios. 
E o caso é 
que uma 
dessas ex 
pedições 
bateu a 
campanha 
toda, ar 
rebanhan 
do o gado 
que en- 
contrara. 
Ocapitão- 
m ó r da 
Laguna, 
Brito Pei 
xoto, inti- 
m o u os 
m issiona- 
rios a não 
mais faze- 
r e m in 
cursões 
nas cam 
panhas do 
Rio Gran 
de eresol- 
noy/ 
S.W 
Sí 
Dr. Borges de 
veu mandar 
seu genro, 
com trinta 
homens,para 
fazerem al- 
liança com 
os indios e 
se fixarem 
naquelle ter 
ritorio. Data 
d’ahi a crea- 
ção das pri 
meiras fazendas de gado do Rio Grande do Sul. 
Entretanto, quem os maiores serviços prestou á 
conquista do Rio Grande para a corôa de Por 
tugal foram os bandeirantes 
de São Paulo, sob o comman- 
do de Manoel Dias, quando 
palmilharam, em 1725, os ser 
tões, surgindo no sul, obri 
gando a uma diversão as for 
ças hespanholas que-punham 
em sitio a colonia do Sacra 
mento, e enchendo-se de glo 
ria nos campos da Vaccaria. 
No anno de 1737, o briga 
deiro José da Silva Paes fun 
dou o primeiro presidio e a 
primeira povoação do Rio 
Grande de São Pedro, assim 
como alguns fortes pelo inte 
rior. De 1735 a 1737, Portugal 
estivera em guerra com aHes- 
panha, e era mister depois 
disso que aquella capitania 
passasse para o dominio por 
tuguez. Verificado um armis 
ticio entre os belligerantes, á 
sombra delle a colonia foi-se 
desenvolvendo um pouco,alas- 
trando-se a colonisação para 
o interior. De todo o exposto 
resalta a verdade de que o 
Rio Gran 
de do Sul 
começou 
a surgir e 
a prospe- 
r a r em 
plena 
guerra, 
provindo 
d’ahi, por 
ce rto, o 
espirito 
altivo e 
belllicoso 
que apre 
senta. 
Quando 
o trata 
do deMa- 
drid, de 
1750, tra 
çou limi 
tes ás ter 
ras por- 
tuguezas 
e hespa 
nholas, os 
Medeiros. 
Estado — 
presidente do 
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