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PELO MUNDO...
Rio
Orando
m
do SuI
m
Quando D. João III doou, em capitanias, o
territorio do Brasil, as terras do Rio Grande
do Sul nunca figuraram na partilha fejta pelo
monarcha portuguez. Nem então, nem depois.
Parece que essas terras, habitadas por indios
guaranys, tinham algo de hostil, com suas costas
extremamente desabrigadas. Porque o Rio
Grande do Sul apresenta um caracter interes
sante nesse ponto : suas costas são perfeita
mente regulares, pouco praticáveis, sem relevos,
sem saliências ; e no interior dessas costas,
bordando as aguas das grandes lagoas e lagos,
o inverso : os recortes profundos, as enseadas,
os innúmeros cabos... E por espaço de dous
séculos o Rio Grande do Sul ficou em abandono.
Só os Jesuítas se abalança
ram a ir até lá, com uma
temeridade que não tinnam os
aventureiros extrangeiros. Os
religiosos fundaram ahi as
Sete Missões do Uruguay : São
Francisco dé Borja, São Nico-
lau, São Luiz Gonzaga, São
Lourenço, São Miguel, São
João Baptista, São Anjo. As
Sete Missões, depois de lucías
terríveis, passaram para o do
minio de Portugal, sob o qual
ficaram, definitivamente, de
pois de 1801. Emquanto, po
rém, os Jesuítas lá se achavam,
iam os portuguezes ao Rio
Grande do Sul, travando com
bates com os- hespanhóes, es
pecialmente com os da colo
nia do Sacramento.
Quanto Francisco Tavora
governava o Brasil, em 1715,
determinou que se fizessem
explorações para o sul, até a
colonia do Sacramento, afim
de averiguar se os hespanhóes
haviam occupado aquelles ter-
ritorrios.
E o caso é
que uma
dessas ex
pedições
bateu a
campanha
toda, ar
rebanhan
do o gado
que en-
contrara.
Ocapitão-
m ó r da
Laguna,
Brito Pei
xoto, inti-
m o u os
m issiona-
rios a não
mais faze-
r e m in
cursões
nas cam
panhas do
Rio Gran
de eresol-
noy/
S.W
Sí
Dr. Borges de
veu mandar
seu genro,
com trinta
homens,para
fazerem al-
liança com
os indios e
se fixarem
naquelle ter
ritorio. Data
d’ahi a crea-
ção das pri
meiras fazendas de gado do Rio Grande do Sul.
Entretanto, quem os maiores serviços prestou á
conquista do Rio Grande para a corôa de Por
tugal foram os bandeirantes
de São Paulo, sob o comman-
do de Manoel Dias, quando
palmilharam, em 1725, os ser
tões, surgindo no sul, obri
gando a uma diversão as for
ças hespanholas que-punham
em sitio a colonia do Sacra
mento, e enchendo-se de glo
ria nos campos da Vaccaria.
No anno de 1737, o briga
deiro José da Silva Paes fun
dou o primeiro presidio e a
primeira povoação do Rio
Grande de São Pedro, assim
como alguns fortes pelo inte
rior. De 1735 a 1737, Portugal
estivera em guerra com aHes-
panha, e era mister depois
disso que aquella capitania
passasse para o dominio por
tuguez. Verificado um armis
ticio entre os belligerantes, á
sombra delle a colonia foi-se
desenvolvendo um pouco,alas-
trando-se a colonisação para
o interior. De todo o exposto
resalta a verdade de que o
Rio Gran
de do Sul
começou
a surgir e
a prospe-
r a r em
plena
guerra,
provindo
d’ahi, por
ce rto, o
espirito
altivo e
belllicoso
que apre
senta.
Quando
o trata
do deMa-
drid, de
1750, tra
çou limi
tes ás ter
ras por-
tuguezas
e hespa
nholas, os
Medeiros.
Estado —
presidente do
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Palacio da Munieipalidade, em Porto Alegre